terça-feira, 24 de novembro de 2009

Conselho Municipal de Saúde denuncia possível trabalho escravo em Candiota

O presidente do Conselho Municipal de Saúde e coordenados do Conselho Gestor
do Centro Regional de Referência em Saúde do Trabalhador, Luiz Guilherme Belletti encaminhou, esta semana, denúncia ao Ministério Público do Trabalho de trabalho escravo em Candiota.
Ele conta que no dia 4 esteve, juntamente com outros CEREST, visitando o canteiro de obras da Usina Termoelétrica de Candiota e em especial o entorno da obra da Usina, refeitórios e alojamentos das empresas contratantes dos serviços.
Cerca de mil trabalhadores vindos do norte/nordeste do país e até da China e das Coréias do Norte e Sul estão alojados precariamente em núcleo de alojamentos, na Vila Operária, no meio de um mato de eucalipto. “ Eles foram enviados para cá por um certo contratante que lhes prometeu um valor salarial que não é cumprido pelas empresas. Pior é que estes trabalhadores são obrigados a permanecer trabalhando por que não tem condições de retornarem para suas cidades de origem”, denuncia.
De acordo com Belleti, também chegam diariamente 42 ônibus dos municípios vizinhos, sendo dois de Pelotas, trazendo estes operários . “ Os alojamentos são cercados por telas e vigiados por uma equipe de segurança 24 horas, comandada por ex-policial. Por várias razões, estes trabalhadores são forçados a fazer horas extras e a trabalharem domingos e feriados”.
O local de refeição é próximo a obra que fica distante 12 quilômetros do alojamento. Vários ônibus, que na maioria foram desativados da frota urbana de Pelotas é o meio de transporte. “ A situação é degradante e desumana. Eles saem do alojamento antes das 7 horas e retornam às 20 horas segundo o relato de alguns que nos procuraram. O restaurante é critico. Pior ainda nos pareceu o sistema ou fluxo entre trabalho, refeição e descanso”, afirma o presidente do Conselho Municipal de Saúde.

Jornalista e Editor Paulo Otávio Pinho

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