quarta-feira, 30 de junho de 2010

Jantar Dançante

Dia 02/06/2010 - Sexta-feira
às 20h30 no Salão da ASUFPel
Cardápio: Carreteiro, feijoada e salada verde

terça-feira, 29 de junho de 2010

REUNIÃO GT CARREIRA

Amanhã, quarta-feira, às 16h acontecerá a reunião do GT Carreira da ASUFPel.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

UM BOM FIM-DE-SEMANA A TODOS E A TODAS

Hoje é dia de manifestação de torcida. Ainda hoje pela manhã assistiremos o jogo Brasil e Portugal. Vamos fazer parte da corrente de apoio ao treinador da seleção brasileira e assistir o jogo por qualquer emissora que não seja a Globo. De quebra ainda nos livramos do Galvão! Quem está acompanhando o nosso blog já leu alguns posts que explicam os reais motivos dessa briga entre o Dunga e a rede Globo. E, no fim da tarde, venha comemorar na ASUFPel. Hoje temos nosso happy hour! Até segunda.

DICA DE FILME: O casamento de Romeu e Julieta

Sinopse

Uma comédia romântica, brasileira, dirigida por Bruno Barreto. Conta a história de dois enamorados que torcem por times diferentes. O pai da noiva é um palmeirense fanático. Romeu é líder da torcida corintiana, tradicionalmente o maior rival do Palmeiras.

Elenco

Luís Gustavo ,Luana Piovani ,Marco Ricca

LEITURA - O TÉCNICO DUNGA

DUNGA E A REDE GLOBO - Em dois capítulos........................
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O Jornal O Globo em sua primeira página da edição de quarta-feira 16 de junho de 2010
desce a lenha na seleção e principalmente no seu treinador.
Qual a razão dessa súbita mudança de comportamento ? Vamos aos fatos :
Segunda-feira, véspera do jogo de estréia da seleção brasileira contra a Coréia do Norte, por volta de 11 horas da manhã, hora local na África do Sul.
Eis que de repente, aportam na entrada da concentração do Brasil, dona Fátima Bernardes, toda-poderosa Primeira Dama do jornalismo televisivo, acompanhada do repórter Tino Marcos e mais uma equipe completa de filmagem, iluminação etc.
Indagada pelo chefe de segurança do que se tratava, a dominadora esposa do chefão William Bonner sentenciou :
“ Estamos aqui para fazer uma REPORTAGEM EXCLUSIVA para a TV Globo, com o treinador e alguns jogadores…”
Comunicado do fato, o técnico Dunga, PESSOALMENTE dirigiu-se ao portão e após ouvir da sra. Fátima o mesmo blá-blá-blá, foi incisivo, curto e grosso, como convém a uma pessoa da sua formação.
“ Me desculpe, minha senhora, mas aqui não tem essa de “REPORTAGEM EXCLUSIVA” para a rede Globo. Ou a gente fala pra todas as emissoras de TV ou não fala pra nenhuma…”
Brilhante !!! Pela vez primeira em mais de 40 anos, um brasileiro peitava publicamente a Vênus Platinada !!!
“ Mas… prosseguiu dona Fátima – esse acordo foi feito ontem entre o Renato ( Maurício Prado, chefe de redação de Esportes de O Globo ) e o Presidente Ricardo Teixeira. Tenho autorização para realizar a matéria”.
“ Não tem autorização nem meia autorização, aqui nesse espaço eu é que resolvo o que é melhor para a minha equipe. E com licença que eu tenho mais o que fazer. E pode mandar dizer pro Ricardo ( Teixeira ) que se ele quer insistir com isso, eu entrego o cargo agora mesmo!”
O treinador então virou as costas para a supra sumo do pedantismo e saiu sem ao menos se despedir.
Dunga pode até perder a Copa, seu time pode até tomar uma goleada, mas sua atitude passa à história como um exemplo de coragem e independência.


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Dunga II - O tsunami na Rede Globo

Quem presenciou na noite de domingo o editorial do programa “Fantástico” da rede Globo, lido pelo repórter Tadeu Schmidt, há de ter compreendido todo o desespero que se apossou da “Vênus Platinada”, em relação ao técnico da seleção brasileira.
Chamando-o de “grosseiro, mal educado “ e outros mimos a mais, a poderosa estação do Jardim Botânico viu pela primeira vez em mais de 40 anos, um brasileiro desafiar seu domínio, e literalmente mijar na sua cabeça.
Recordando os fatos mais recentes, inconformado com a proibição das tais “entrevistas exclusivas” que só seriam concedidas à Globo, na sexta feira o Assessor de Imprensa da CBF levou ao técnico Dunga outro memorandum, dessa vez do próprio Presidente Ricardo Teixeira, solicitando que se ordenasse a abertura para que as tais “exclusivas” fossem concedidas.
Dunga então rasgou o memorandum na frente do Assessor de Imprensa e como a reclamação vinha diretamente por ordem da Todo-Poderosa sra. Fátima Bernardes, Prima Dona do jornalismo televisivo, Dunga foi mais uma vez taxativo :
- Diz pro Ricardo que se é o que ele deseja, que coloque essa senhora como treinadora da seleção, eu entrego meu cargo” !!!!
Lógico que o técnico permaneceu. Dona Fátima então, sentindo-se “desprestigiada”. alegou um problema de “cordas vocais” e teria tomado o primeiro avião retornando ao Brasil.
Na entrevista coletiva, após o jogo contra a Costa do Marfim, Dunga então resolveu “premiar “ os repórteres da rede Globo que lá se encontravam. Pela leitura labial ficou fácil identificar que ele chamou Marcos Uchoa de “chato” e Alex Escobar de “babaca” e “cagão”
Em razão disso tudo que foi descrito, o sr. William Bonner, absolutamente descontrolado, escreveu do próprio punho o editorial ridículo que foi lido no Fantástico.
Agora à tarde chega a notícia publicada no Portal do Lancenet que a FIFA punirá Dunga pelos fatos ocorridos. A rede Globo certamente está por detrás dessa punição covarde e canalha.
Dunga merece uma estátua em praça pública.
É o primeiro brasileiro vivo a desafiar publicamente a força e o poderio da rede Globo, numa competição de cunho internacional. Leonel Brizola já o fizera antes, mas em assuntos de política interna.
A seleção brasileira de 2010, muito mais que uma seleção, passa a ser o retrato fiel de seu treinador . Que o seu sucesso seja um insulto à podridão que reina nas hostes da emissora do Jardim Botânico.
Dunga mijou na rede Globo por todos nós.

Postagem recebida por mail, autor desconhecido

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Não é sobre futebol, é sobre tirania e juventude

Esta madrugada “bombou” no twitter a palavra de ordem #diasemglobo, que estimula as pessoas a verem o jogo entre Brasil e Portugal, sexta-feira, em qualquer emissora que não a Globo.
Não é uma campanha de “esquerdistas”, de “brizolistas”, de “intelectuais de esquerda”.
É a garotada, a juventude.
Também não é uma campanha inspirada na popularidade de Dunga, que nunca tinha sido nenhuma unanimidade nacional.
Na verdade, isso só está acontecendo porque um episódio sem nenhuma importância – um tecnico de futebol e um jornalista esportivo terem um momento de hostilidade – foi elevado pela própria Globo à condição de um “crime de insubordinação” inaceitável por ela.
As empresas Globo ontem, escandalosamente, passaram o dia pressionando a FIFA por uma “punição” a Dunga. Atônitos, os oficiais da FIFA simplesmente perguntavam: “mas, por que?”
A edição do jornal do grupo Globo, hoje, só não beira o ridículo porque mergulha nele, de cabeça.
O ódio a qualquer um que não abaixe a cabeça e diga “sim,senhor” a ela é tão grande que ela não consegue reduzir o episódio àquilo que ele realmente foi, uma bobagem insignificante.
Não, ela se levanta num arreganho autoritário e exige “punição exemplar” para técnico da seleção.Usa, logo ela, uma emissora de tanta história autoritária e tão pródiga em baixarias, a liberdade de imprensa e os “bons modos” como pretextos, como se isso ferisse seus “brios”.
Há muita gente bem mais informada do que eu em matéria de seleção que diz que isso se deve ao fato de Dunga ter cortado os privilégios globais no acesso aos jogadores.
E que isso lhe traria prejuízos, por não “alavancar” a audiência ao longo do dia.
Lembrei-me daquele famoso direito de resposta de Brizola à Globo, em 1994.


Não reconheço à Globo autoridade em matéria de liberdade de imprensa, e basta para isso olhar a sua longa e cordial convivência com os regimes autoritários e com a ditadura de 20 anos que dominou o nosso país.
Todos sabem que critico há muito tempo a TV Globo, seu poder imperial e suas manipulações. Mas a ira da Globo, que se manifestou na quinta-feira, não tem nenhuma relação com posições éticas ou de princípios.É apenas o temor de perder o negócio bilionário que para ela representa a transmissão do Carnaval. Dinheiro, acima de tudo.

Pois o arreganho autoritário da Globo, mais do que qualquer discurso, evidenciou a tirania com que a emissora trata o evento esportivo que mais mobiliza os brasileiros mas que, para ela, é só um milionário negócio.

Dunga não é o melhor nem o pior técnico do mundo, nunca foi um ídolo que empolgasse multidões. A sociedade dividia-se, como era normal, entre os que o apoiavam, os que o criticavam e os que apenas torciam por ele e pela seleção.

A Globo acabou com esta normalidade. Quer apresentá-lo como um insano, um louco incontrolável. Nem mesmo se preocupa com o que isso pode fazer no ambiente, já naturalmente cheio de tensões, de uma seleção em meio a uma Copa do Mundo. Ela está se lixando para o resultado deste episódio sobre a seleção.

De agora em diante, a Globo fará com Dunga como que fez, naquela ocasião, com a Passarela do Samba, como descreveu Brizola naquele “direito de resposta”: “quando construí a passarela, a Globo sabotou, boicotou, não quis transmitir e tentou inviabilizar de todas as formas o ponto alto do Carnaval carioca.”

Vocês verão – ou não verão, se seguirem a campanha #diasemglobo – como, durante o jogo, os locutores (aquele um, sobretudo) farão de tudo para dizer que a Globo está torcendo para que o Brasil ganhe o jogo. Todo mundo sabe que, quando se procura afirmar insistentemente alguma coisa que parece óbvia, geralmente se está mentindo.

Eu disse no início que esta não é uma campanha dos políticos, dos intelectuais, da “esquerda” convencional. Não é, justamente, porque estamos, infelizmente, diante de um quadro em que a parcela políticamente mais “preparada” da sociedade desenvolveu um temor reverencial pelos meios de comunicação, Globo à frente.

Políticos, artistas, intelectuais, na maioria dos casos – ressalvo as honrosas exceções – têm medo de serem atacados na TV ou nos jornais. Alguns, para parecerem “independentes e corajosos” até atacam, mas atacam os fracos, os inimigos do sistema, os que se contrapõem ao modelo que este sistema impôs ao Brasil.

Ou ao Dunga, que acabou por se tornar um gigante que nem é, mas virou, com o que se faz contra ele.

Eu não sei se é coragem ou se é o fato de eu ser “maldito de nascença” para eles, mas não entro nessa.

O ue a juventude está fazendo é o que a juventude faz, através dos séculos: levantar-se contra a tirania, seja ela qual for.

Levantar-se da sua forma alegre, original, amalucada, libertária, irreverente e, por isso mesmo, sem direção ou bandeiras “certinhas”, comportadas, convencionais.

A maravilha do processo social aí está. Quem diria: um torneio de futebol, um técnico, uma rusga como a que centenas ou milhares de vezes já aconteceu no esporte, viram, de repente, uma “onda nacional”.

Uma bobagem? Não, nada é uma bobagem quando desperta os sentimentos de liberdade, de dignidade, quando faz as pessoas recusarem a tirania, quando faz com que elas se mobilizem contra o poder injusto. Se eu fosse poeta, veria clarins nas vuvuzelas.

Essa é a essência da juventude, um perfume que o vento dos anos pode fazer desaparecer em alguns, mas que, em outros, lhes fica impregnado por todas as suas vidas.

E a ela, a juventude, não derrotam nunca, porque ela volta, sempre, e sempre mais jovem. E é com ela que eu vou.


Retirado do blog: www.tijolaço.com

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Sobre o “inchaço” do Estado brasileiro

Sobre o “inchaço” do Estado brasileiro
por Heráclio Mendes de Camargo Neto*

Noutro dia, li alguém acusando o Estado brasileiro: é obeso. Certamente, não é obeso na educação pública de parcas qualidades, na saúde pública desnutrida, na segurança pública deficiente ou na defesa civil fragilizada, no âmbito estadual. Da mesma forma, não haverá pneus de gordura, na Receita Federal do Brasil raquítica no número de fiscais, na Procuradoria da Fazenda Nacional sem carreira de apoio, ou no IBAMA sem recursos humanos suficientes para cuidar de nossas florestas, no âmbito federal. Esquálido nesses e em muitos outros setores, o Estado brasileiro não deve ser nem gordo nem magro, mas eficiente para fazer frente aos desafios inerentes ao crescimento econômico que se nos apresenta quase inevitável.

Nesse sentido, erigida a princípio constitucional da Administração Pública, a eficiência do Estado brasileiro terá de ir muito além de prover computadores para escolas ou tomógrafos para hospitais. Fulgurante edificação de escola de tempo integral significa nada, sem professores bem remunerados e bem preparados – binômio inseparável – para conferir-lhe a funcionalidade esperada. Daí, a valorização dos servidores públicos tornar-se componente indispensável da boa gestão. A professora, o policial, a perita, o médico, a advogada pública e o fiscal devem ter remunerações compatíveis com as responsabilidades que carregam.

De fato, é recorrente a generalização nas críticas contra o tamanho e o peso do Estado brasileiro, mas não se enfrenta a realidade de que professores e policiais mal-remunerados tendem a reproduzir serviços públicos pífios, perpetuando a escola fabricante de analfabetos funcionais e a polícia que se emascula diante do ilícito. É o famoso barato, que sai caro demais para todos.

O princípio constitucional do concurso público foi um dos maiores avanços da Constituiç ão Federal de 1988 e é verdadeiro oxigênio, em face da sufocante atuação de oportunistas sem vínculos duradouros com a Coisa Pública, que tentam apropriar-se de pedaços do Estado, como se estivessem num loteamento particular. Nesse aspecto, mas só para quem quer enxergar, o Estado brasileiro terá sempre a cara de seus servidores públicos de carreira, e resistirá aos escroques de ocasião, tanto mais, quanto mais bem estruturadas e remuneradas forem as carreiras públicas na fiscalização e cobrança de tributos, consultoria, policiamento, regulação e gestão pública.

Porém, o discurso enjoativo a favor de um Estado emagrecido raramente poupa os servidores públicos. Antes, vilaniza-os. Contudo, é justamente o Estado profissionalizado e bem condicionado que pode garantir a livre concorrência e o desenvolvimento econômico sustentável, conferindo lustro ao caro principio da livre iniciativa, ao profissionalizar a burocracia e ao combater os desv ios de conduta, que sempre perseguiram a máquina publica e que ficaram genericamente conhecidos como Custo Brasil.

Desse modo, contratações mediante concursos que prevejam boa remuneração para as funções típicas de Estado devem ser incentivadas. Exemplo notório e incontestável: a Policia Federal valorizada é paradigma de excelência a ser seguido por todas as policias estaduais. No caso, também os delegados das policias judiciárias estaduais devem ombrear juizes, promotores e advogados públicos, em face da evidente simetria das funções essenciais à instrução e distribuição da Justiça.

Demais disso, o concurso público com remuneração digna seleciona quem preza os livros, e não o dinheiro fácil. Nessa quadra, o servidor público é classe média, por excelência. Quem quiser ficar rico, mude de ocupação. Frise-se, sempre, o servidor público tem descontado seu imposto sobre a renda na fonte e o restante de seu salário encaminha -se para o consumo, contribuindo para o círculo virtuoso de crescimento do mercado interno.

Assim, quando lhe disserem que o Estado brasileiro é obeso, não acredite. Lembre-se das escolas públicas e dos hospitais públicos subnutridos e ávidos por servidores públicos bem remunerados.
Isso tudo, porque quem prescreve a dieta ao Estado, normalmente, toma a parte pelo todo, pois o inchaço injustificável do número de cargos comissionados ocupados sem concurso público, por exemplo, não pode ser confundido com o destino das carreiras de Estado.

Ao contrário, os “cabides de emprego” devem ser denunciados e combatidos por todos, pois, nesse caso, o primeiro prejudicado é o servidor público que trabalha corretamente e se vê preterido por “turistas acidentais”. Porém, mais importante: o segundo prejudicado é o cidadão-contribuinte, que testemunha a ocupação de cargos públicos por apaniguados políticos ou mesmo por ma us servidores, que pensam ser a aprovação num concurso público um fim em si mesmo, esquecendo-se do compromisso com quem os remunera.

Dessa forma, nem obeso, nem esquálido, mas despido de preconceitos estereotipados advindos daqueles acostumados a privatizarem o espaço público, o Estado brasileiro deve ter aprimorada sua compleição física, através da valorização e capacitação contínuas de seus servidores de carreira.

Finalmente, quais serão as contrapartidas fundamentais e inarredáveis de tudo isso? Uma burocracia estável competente e mais infensa ao aparelhamento do Estado, bem como a prestação de serviços públicos mais tempestivos e eficientes, notadamente, para aquele que mais depende da boa forma estatal: o Povo.

*Procurador da Fazenda Nacional

terça-feira, 22 de junho de 2010

Reitoria autoriza dispensa de servidores para reunião com a Asufpel

A Reitoria autorizou as chefias de unidades para que os servidores ingressantes na Universidade a partir de 2006 sejam dispensados das atividades de trabalho no dia 23 de junho, esta quarta-feira, a partir das 15h30min, para reunião da direção da Asufpel com estes técnico-administrativos, com início às 16h.

REUNIÃO DO GT SEGURANÇA

Ocorrerá amanhã às 14h30min, na sede da ASUFPel, reunião GT Segurança. Convidamos a todos os interessados que participem.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Caso Ford, a manipulação ideológica da direita

Juremir Machado da Silva - CORREIO DO POVO

Tem dias em que a ficha cai.
Chega de conversa fiada.
Basta de falsa objetividade.
Que se abra o jogo.
Que se ford.
Vamos ao problema.
A reabertura do caso Ford, com a condenação da montadora a devolver o dinheiro gaúcho que pegou adiantado, não usou e não entregou, dá o que pensar.
Foi a maior manipulação ideológica do Rio Grande do Sul moderno. Uma guerra sem quartel e estratégica.
Não uma guerra ideológica da esquerda contra a Ford.
Uma guerra ideológica da direita contra o governo Olívio Dutra. Um pretexto para atingir o petismo.
Uma vingança contra a chamada arrogância do PT.
Se a Ford não tivesse ido embora, talvez a direita tivesse lhe pedido para fazer isso, pois nunca uma ruptura de contrato foi tão benéfica e providencial para a propaganda ideológica da direita gaúcha.
A Ford queria mundos e fundos.
Antônio Britto estava disposto a dar tudo.
Olívio Dutra teve a coragem de ponderar.
O antipetismo gaúcho é tão visceral, tão xiita, tão fanático e fundamentalista, que precisava de um motivo para se vingar dessa pedra no sapato. Encontrou. O PT incomodava demais. Havia desbancado os tradicionais donos do poder.
Nada mais inadmissível. Um verdadeiro pecado mortal. Tinha de ser punido por essa ousadia.
Certamente houve erros na condução da negociação com a Ford.
O PT cometeu erros ao longo da sua curta trajetória. A lista é longa das suas babadas.
Olívio Dutra também errou.
A Ford cometeu mais erros ainda. Na época, tinha um presidente medíocre e arrogante que não sabia e não queria negociar. Representava a poderosa Ford e pretendia impor no grito todos os seus desejos.
Queria tudo: isenção de impostos, adiantamentos, infraestrutura, mamão com açúcar, privilégios sem fim.
Uma multinacional não aceita ser tratada como qualquer empresa. Quem abre uma empresa, paga impostos. Salvo de for uma montadora messiânica. Ao cair fora, a Ford aplicou um cambalacho de vigarista barato.
Partiu com a grana dos gaúchos.
A mídia amiga da direita deitou e rolou. Convenceu os convencidos de que a Ford havia sido expulsa. Afetou a consciência dos mais simples e dos mais ideológicos. Deliciou-se dando as cartas e jogando de mão.
Falava sozinha. Foi a época de ouro do conservadorismo na mídia gaúcha.
Tudo tem um preço: o da Ford era alto demais.
A manipulação ideológica em torno do caso Ford continua rendendo. É o hit mais tocado pela direita.
Ainda toca o coração dos incautos.
Dizem que os petistas são xiitas, radicais e ultrapassados. Muitos, claro, são.. Mas nem todos.
Desconheço gente mais xiita do que os da tribo dos antipetistas. É um fundamentalismo rasteiro, primário, rastaquera, carregado de ódio e de simplificações, do tipo petista come criancinha e vomita heresias.
Eu não sou petista. Não tenho partido. Nunca terei..
Tenho é paciência para levar anos analisando certos fatos.
Tem muita gente que deveria pedir desculpas a Olívio Dutra. Gente que, se o PT estivesse no governo gaúcho agora, nem ficaria a favor da devolução do dinheiro pela Ford. Essa montadora é cara-de-pau.
Desenterrei tudo sobre o caso Ford. Estudei o dossiê como quem se prepara para uma tese.. Mergulhei na história. Não hesito em afirmar: a saída da Ford foi um motivo para esculhambar o petismo. Continua sendo.
Só há coisa a repetir: queremos nosso dinheiro.
O resto é conversa para reacionário dormir feliz.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

UM BOM FIM-DE-SEMANA A TODOS E A TODAS

Em tempos de Copa nossa dica de filme e a crônica para leitura, como não poderia deixar de ser, nos remete ao futebol. Aproveitem para torcer para o Brasil e demais times que tenham simpatia. Sorte para todos nós.Nos reencontramos na próxima segunda-feira. Não esqueçam, temos reunião do GT Carreira todas as segundas-feiras, às 17h.

DICA DE FILME - Maradona

Sinopse:

O documentário relata a história de Diego Maradona: um herói desportivo, o deus do futebol, um artista brilhante, campeão do povo, um ídolo e uma inspiração para milhões de pessoas um pouco por todo o mundo. Kusturica traça um retrato da vida deste polêmico homem.

LEITURA - O DIA EM QUE PELÉ ESCULHAMBOU A REVOLUÇÃO

Essa quem me contou foi o Poerner, um jornalista de responsa, e se passou durante a Copa do Mundo de 1970, quando o escrete papou a Jules Rimet definitivamente.


Brasil versus Tchecoslováquia, estréia da seleção canarinho no mundial. Meu amigo, comunista de carteirinha, estava em cana, dividindo a cela com sete caboclos. Para o alívio da rapaziada, conseguiram da Dona Justa autorização para ver os jogos na cadeia.

Antes da partida - e já no clima do babado - os camaradas se reuniram em assembléia extraordinária, para deliberar sobre como se comportariam durante o match. Concluiram, após breve análise da conjuntura e exortações ao centralismo democrático, que só havia um caminho viável: torcer contra o escrete.

A vitória do Brasil, eis a linha de raciocínio, reforçaria a popularidade da ditadura e seria instrumento perigoso de alienação das massas. Alguém lembrou, além disso, que a Tchecoslováquia era um país comunista.

Mal o jogo começa e os gringos aprontam: doze minutos do primeiro tempo e gol de um materialista histórico e dialético. Os membros do coletivo carcerário comemoram e têm uma surpresa quando o autor do tento, o ponteiro Petras, se ajoelha e faz o sinal da cruz. Um camarada manda na lata, diante do gesto de fé:

- Chama o Pacto de Varsóvia...

O jogo continua, com pressão brasileira pra cima dos homens. Pelé é derrubado na entrada da área. Rivellino, na cobrança da falta, manda um míssel nuclear de canhota; o goleiro Victor ainda toca na redonda. Dois presos não resistem:

- Gollllllll. Porra!

Quando percebem a mancada, botam as mãos na cabeça e mandam o migué em tom de lamento:

- Que merda. Empatamos...

E tome de pressão canarinho.

No início do segundo tempo, sob as bençãos de todos os caboclos e orixás, um dos lances mais impressionantes da história do futebol se desenrola: Gérson, o canhotinha, faz um lançamento de quarenta metros para Pelé. Um mortal que se aventurasse a matar uma bola daquelas cairia fulminado no gramado. Mas era o crioulo...

O negão subiu mais que o King Kong no Empire State, matou a criança no peito e preparou o arremate, diante do olhar atônito de dois zagueirões tchecos, incrivelmente parecidos com a dupla Dom e Ravel. Os presos, até então torcedores do adversário, se levantaram no mesmo instante, aos berros:

- Vamô, crioulo! Vamô, crioulo...

Pelé trocou de perna, enganou Victor e fuzilou. Tome de fuzuê no xadrêz:

- Goooooollllllll. Caralho!!!!! Pooooooooooorrrrrrrraaaaa. Isso é Brasil, seus tchecos de merda.

Terminou assim, sob o impacto da obra de arte de Pelé e palavrões de fazer o velho Marx parecer coroinha de cidade mineira, a solidária torcida dos bravos camaradas pelos branquelos do leste europeu. Um dos companheiros, com tremendo poder de síntese, resumiu o furdunço todo em uma breve sentença:

-Camaradas, façamos sem receio a autocrítica: uma matada de bola dessas fode qualquer internacionalismo proletário...

Retirado do blog Histórias Brasileiras do Luiz Antônio Simas

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Copa do mundo e a UFPel

Ediane Acunha- Coordenadora Geral da ASUFPel

Em portaria emitida pelo Gabinete do Reitor, ficou determinado que nos dias em que a Seleção Brasileira jogar à tarde, o expediente na UFPel será das 8 às 14h. Foi o que ocorreu ontem.
No entanto, esqueceram que, no campus Capao do Leão as atividades administrativas resumem-se aos departamentos e colegiados de curso e à Prefeitura do Campus, o resto é atividade acadêmica.
O que isso quer dizer? Que a grande maioria das centenas de pessoas que vêm ao campus todos os dias, vem para assistir ou ministrar aulas. Dessa forma, se o expediente encerra às 14h, quem tinha aulas no turno da manhã, vai embora ao meio dia, como todos os dias e quem tem aula de manhã e de tarde, também vai embora ao meio dia, pois as aulas da tarde começam às 14h, quando o expediente se encerra.
O que deveria ter sido feito com o transporte para a cidade? Reforçar a frota para que centenas de pessoas que vem para as atividades acadêmicas possam voltar à cidade ao meio dia e deixar um número normal de ônibus às 14h para aquela minoria administrativa retornar, certo? Errado!!! As empresas de ônibus concentraram os carros às 14h e reduziram os das 12h. Normalmente saem ônibus ao meio dia para o centro e para os bairros da cidade, mas ontem sairiam apenas dois para o centro às 12h e o restante sairia às 14h.
Obviamente a estratégia falhou e centenas de pessoas ficaram presas no campus Capão do Leão à espera de transporte. Formou-se uma verdadeira multidão na calçada de onde normalmente os ônibus partem e o fiscal da empresa Santa Silvana, sr. Paulo Harter, teve que fazer mágica para atender àquele povo todo. Ele pediu reforço para a garagem e foram mandados vários carros extras, mas o atraso na partida foi de até 1h. Algumas pessoas ficaram na parada do ônibus das 12 às 13h esperando um ônibus para poder voltar à cidade. Eles iam estacionando aos pares e partindo lotados, sem dar vencimento de carregar as centenas de pessoas que aguardavam impacientes para retornar ao centro da cidade.
O transporte no campus Capão do Leão sempre foi um problema e, depois que a reitoria foi para a cidade, o problema se agravou. O horário administrativo é sempre considerado como prioriadade e o horário das atividades acadêmicas fica prejudicado. A administração usa os ônibus para "prender" os técnico-administrativos nos seus locias de trabalho e com isso os estudantes e docentes, que também, dependem dos ônibus e tem horários diferentes, sempre são prejudicados.
Vamos ver como será o procedimento para os próximos jogos! Na sexta, em que o Brasil joga pela manhã, o expediente encerra-se às 10h e retorna às 14h.

AULDAS DE DANÇA DE SALÃO ASUFPel - PROF. ANIELLE LEMOS

Horário: Terça-feira das 19h às 20h30min
Hora/aula: R$ 25,00
Tempo de aula (1h30min)- R$ 37,50 (1 vez por semana)

segunda-feira, 14 de junho de 2010

sexta-feira, 11 de junho de 2010

UM BOM FIM-DE-SEMANA A TODOS E A TODAS

Desejamos um bom descanso. Aproveitamos para lembrar que, hoje a noite, teremos nosso jantar mensal. Próxima semana teremos assembléia geral da categoria. Até segunda.

Leitura:" Odeio os indiferentes"

Antonio Gramsci
11 de Fevereiro de 1917


Odeio os indiferentes. Como Friederich Hebbel acredito que "viver significa tomar partido". Não podem existir os apenas homens, estranhos à cidade. Quem verdadeiramente vive não pode deixar de ser cidadão, e partidário. Indiferença é abulia, parasitismo, covardia, não é vida. Por isso odeio os indiferentes.

A indiferença é o peso morto da história. É a bala de chumbo para o inovador, é a matéria inerte em que se afogam freqüentemente os entusiasmos mais esplendorosos, é o fosso que circunda a velha cidade e a defende melhor do que as mais sólidas muralhas, melhor do que o peito dos seus guerreiros, porque engole nos seus sorvedouros de lama os assaltantes, os dizima e desencoraja e às vezes, os leva a desistir de gesta heróica.

A indiferença atua poderosamente na história. Atua passivamente, mas atua. É a fatalidade; e aquilo com que não se pode contar; é aquilo que confunde os programas, que destrói os planos mesmo os mais bem construídos; é a matéria bruta que se revolta contra a inteligência e a sufoca.

O que acontece, o mal que se abate sobre todos, o possível bem que um ato heróico (de valor universal) pode gerar, não se fica a dever tanto à iniciativa dos poucos que atuam quanto à indiferença, ao absentismo dos outros que são muitos. O que acontece, não acontece tanto porque alguns querem que aconteça quanto porque a massa dos homens abdica da sua vontade, deixa fazer, deixa enrolar os nós que, depois, só a espada pode desfazer, deixa promulgar leis que depois só a revolta fará anular, deixa subir ao poder homens que, depois, só uma sublevação poderá derrubar.

A fatalidade, que parece dominar a história, não é mais do que a aparência ilusória desta indiferença, deste absentismo. Há fatos que amadurecem na sombra, porque poucas mãos, sem qualquer controle a vigiá-las, tecem a teia da vida coletiva, e a massa não sabe, porque não se preocupa com isso.

Os destinos de uma época são manipulados de acordo com visões limitadas e com fins imediatos, de acordo com ambições e paixões pessoais de pequenos grupos ativos, e a massa dos homens não se preocupa com isso. Mas os fatos que amadureceram vêm à superfície; o tecido feito na sombra chega ao seu fim, e então parece ser a fatalidade a arrastar tudo e todos, parece que a história não é mais do que um gigantesco fenômeno natural, uma erupção, um terremoto, de que são todos vítimas, o que quis e o que não quis, quem sabia e quem não sabia, quem se mostrou ativo e quem foi indiferente.

Estes então zangam-se, queriam eximir-se às conseqüências, quereriam que se visse que não deram o seu aval, que não são responsáveis. Alguns choramingam piedosamente, outros blasfemam obscenamente, mas nenhum ou poucos põem esta questão: se eu tivesse também cumprido o meu dever, se tivesse procurado fazer valer a minha vontade, o meu parecer, teria sucedido o que sucedeu?

Mas nenhum ou poucos atribuem à sua indiferença, ao seu cepticismo, ao fato de não ter dado o seu braço e a sua atividade àqueles grupos de cidadãos que, precisamente para evitarem esse mal combatiam (com o propósito) de procurar o tal bem (que) pretendiam.
A maior parte deles, porém, perante fatos consumados prefere falar de insucessos ideais, de programas definitivamente desmoronados e de outras brincadeiras semelhantes.

Recomeçam assim a falta de qualquer responsabilidade. E não por não verem claramente as coisas, e, por vezes, não serem capazes de perspectivar excelentes soluções para os problemas mais urgentes, ou para aqueles que, embora requerendo uma ampla preparação e tempo, são todavia igualmente urgentes. Mas essas soluções são belissimamente infecundas; mas esse contributo para a vida coletiva não é animado por qualquer luz moral; é produto da curiosidade intelectual, não do pungente sentido de uma responsabilidade histórica que quer que todos sejam ativos na vida, que não admite agnosticismos e indiferenças de nenhum gênero.

Odeio os indiferentes também, porque me provocam tédio as suas lamúrias de eternos inocentes. Peço contas a todos eles pela maneira como cumpriram a tarefa que a vida lhes impôs e impõe quotidianamente, do que fizeram e sobretudo do que não fizeram. E sinto que posso ser inexorável, que não devo desperdiçar a minha compaixão, que não posso repartir com eles as minhas lágrimas. Sou militante, estou vivo, sinto nas consciências viris dos que estão comigo pulsar a atividade da cidade futura que estamos a construir.

Nessa cidade, a cadeia social não pesará sobre um número reduzido, qualquer coisa que aconteça nela não será devido ao acaso, à fatalidade, mas sim à inteligência dos cidadãos. Ninguém estará à janela a olhar enquanto um pequeno grupo se sacrifica, se imola no sacrifício. E não haverá quem esteja à janela emboscado, e que pretenda usufruir do pouco bem que a atividade de um pequeno grupo tenta realizar e afogue a sua desilusão vituperando o sacrificado, porque não conseguiu o seu intento.
Vivo, sou militante. Por isso odeio quem não toma partido, odeio os indiferentes.

Dica de filme: 1969 - O Ano que Mudou Nossas Vidas

Gênero: drama
Atores: Robert Downey Júnior, Kiefer Sutherland e Winona Ryder

Fim dos anos sessenta, uma década revolucionária. Os sinais de uma nova era chegam a uma pequena cidade do interior dos EUA. Dois amigos, após cursar a faculdade, irão se defrontar com a dura e conservadora realidade que os aguarda. Outro personagem, a jovem Beth, observa o mundo e suas mudanças enquanto também muda aos poucos de menina para mulher.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

quarta-feira, 9 de junho de 2010

NOTA DE REPÚDIO À VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES NO DF

Na última semana mais duas mulheres foram brutalmente assassinadas no Distrito Federal. De janeiro a maio deste ano, já haviam sido contabilizados outros seis casos. Apesar da perplexidade que os crimes provocam, estas oito mortes são apenas uma amostra dos índices da violência doméstica contra mulheres no DF. Segundo dados do Ligue 180 do Governo Federal, o DF é proporcionalmente a unidade da federação campeã em denúncias: só em 2009, foram 689 para cada grupo de 50 mil mulheres. Ou seja, além das vidas que já foram ceifadas, há outras milhares de vidas em risco. Há milhares de mulheres em nossas cidades sofrendo ameaças diárias e sendo submetidas a diversas formas de violência dentro de suas próprias casas, por pessoas que fazem parte de seu convívio e que ma ntem ou mantiveram com elas relações afetivas.
Se analisarmos a motivação dos oito assassinatos acima referidos, encontraremos elementos comuns em todos eles: os assassinos, que foram os maridos, namorados, ou ex companheiros, se disseram inconformados com o fim do relacionamento, com a recusa em reatar ou mesmo com as conquistas das mulheres. Algumas confissões atribuem os crimes a sentimentos desmedidos de ciúme e descontrole momentâneo, muitas vezes associado ao consumo de drogas e álcool. Muitos alegam que mataram porque amavam demais e acabam sendo tratados como pessoas doentes e desequilibradas, reivindicando para si o papel de vítima.
Sabemos, no entanto, que este tipo de comportamento é resultado de uma lógica de poder presente na sociedade, que divide e hierarquiza os papéis e as funções entre os sexos, oprimindo as mulheres para garantir a valorização dos homens. Isso se verifica em todos os espaços da vida pública e privada. Em casa, no trabalho ou na política, quando as mulheres se destacam são logo colocadas “em seu lugar”, ou seja, no lugar que os homens criaram para mantê-las submissas às suas próprias aspirações e desejos. Por essa lógica, as mulheres passam a ser tratadas não como seres humanos, mas como objetos que podem ser trocados, vendidos ou descartados.
O judiciário brasileiro, infelizmente, tem contribuido para o aumento deste tipo de violência. No Distrito Federal os juízes recusam-se a aplicar a Lei Maria da Penha, livrando os agressores em troca de cestas básicas ou prestação de serviços comunitários. Além disso, o Superior Tribunal de Justiça recentemente votou pela necessidade da própria vítima denunciar a agressão, decisão que representa um retrocesso em relação ao disposto na Lei, que prevê denúncia pública para os casos de violência doméstica.
Repudiamos e denunciamos os assassinatos de mulheres no DF, solicitando às autoridades e à sociedade que adotem medidas mais severas para combater a violência doméstica, respeitando e aplicando a Lei Maria da Penha, ampliando a rede de atendimento especializado, fortalecendo as condições para que as vítimas continuem a denunciar com garantia de segurança e integridade, promovendo campanhas educativas e principalmente, punindo exemplarmente os agressores. Violência contra a mulher: tolerância nenhuma!

Brasília, 07 de junho de 2010
Maria das Graças Sousa
SECRETÁRIA ESTADUAL DA MULHER TRABALHADORA - CUT/DF

terça-feira, 8 de junho de 2010

A religião mercado

Eric Toussaint

Quase todos os dirigentes políticos, sejam da esquerda tradicional ou da direita, sejam do Norte ou do Sul, confessam uma verdadeira devoção pelo mercado e, em particular, pelos mercados financeiros. Na verdade, deveríamos dizer que eles criaram uma verdadeira religião do mercado. A cada dia, em todas as casas do mundo que tem televisão ou internet, celebra-se uma missa dedicada ao deus mercado durante a divulgação da evolução das cotações da Bolsa e dos mercados financeiros. O deus Mercado envia seus sinais através do comentarista financeiro da televisão ou da imprensa escrita. Isso não acontece não somente nos países mais industrializados, mas também na maior parte do planeta. Em Shangai ou em Dakar, no Rio de Janeiro ou em Tombuctu, qualquer um pode saber quais são os “sinais enviados pelos mercados”.
Em todas as partes, os governos promoveram privatizações e criaram a ilusão de que a população poderia participar diretamente dos ritos do mercado (mediante da compra de ações) e que, como contrapartida, se beneficiaria se soubesse interpretar corretamente os sinais enviados pelo deus Mercado. Na verdade, a pequena proporção da população trabalhadora que adquiriu ações não tem o mínimo peso nas tendências de mercado.

Daqui a alguns séculos, talvez alguém leia nos livros de História que, a partir dos anos 80 do século XX, um certo culto fetichista provocou furor. A expansão assim como o poder que esse culto atingiu poderão ser relacionados com os nomes de dois chefes de Estado: Margaret Thatcher e Ronald Reagan. Os livros poderão destacar ainda que esse culto se beneficiou, desde o início, da ajuda dos poderes públicos e das potências financeiras privadas. Na verdade, para que esse culto encontrasse certo eco junto às populações, foi necessário que os meios de comunicação públicos ou privados rendessem-lhe homenagens cotidianamente.

Os deuses desta religião são os Mercados Financeiros, aos quais se destinaram templos chamados Bolsa, para onde só são convidados os grandes sacerdotes e seus acólitos. O povo dos crentes, por sua vez, é convidado a entrar em comunhão com os deuses Mercados mediante a tela da TV ou do computador, o jornal, o rádio ou o guichê do banco.

Até nos rincões mais recônditos do planeta, graças ao rádio ou à televisão, centenas de milhões de seres humanos, a quem se nega o direito de ter suas necessidades básicas satisfeitas, são convidados a celebrar os deuses Mercados. Aqui no Norte, na maioria dos jornais lidos pelos assalariados, pelas donas de casa e pelos desempregados, existe uma seção do tipo “onde colocar seu dinheiro”, apesar da esmagadora maioria de seus leitores e leitoras não ter nenhuma ação na Bolsa. Paga-se aos jornalistas que ajudem aos crentes a compreender os sinais enviados pelos deuses. Para aumentar o poder destes deuses sobre o espírito dos crentes, os comentaristas anunciam periodicamente que eles enviaram sinais aos governos para indicar sua satisfação ou descontentamento.

O governo e o Parlamento gregos, tendo compreendido finalmente a mensagem recebida, adotaram um plano de austeridade de choque que fará com que os debaixo paguem o custo da crise. Mas os deuses seguem descontentes com o comportamento de Espanha, Portugal, Irlanda e Itália. Seus governos também deveriam levar como oferendas importantes medidas anti-sociais para acalmá-los.

Os lugares onde os deuses angustiam-se com a manifestação de seus humores estão em Nova York, em Wall Street, na City de Londres, nas Bolsas de Paris, Frankfurt e de Tóquo. Para medir sua satisfação, inventaram-se instrumentos que levam o nome de Dow Jones em Nova York, Nikei em Tóquio, CAC40 na França, Footsie em Londres, Dax em Frankfurt ou IBEX na Espanha. Para assegurar a benevolência dos deuses, os governos sacrificam os sistemas de seguridade social no altar da Bolsa e, além disso, privatizam.

Valeria a pena perguntar-se porque foi outorgada essa dimensão religiosa a estes operadores. Eles não são nem desconhecidos nem meros espíritos. Possuem nome e domicílio: são os principais dirigentes das 200 maiores multinacionais que dominam a economia mundial com a ajuda do G7 e de instituições como o FMI – que voltou ao centro do cenário graças à crise após ter passado um tempo no purgatório.

Também atuam o Banco Mundial e a Organização Mundial do Comércio, ainda que esta não esteja em seu melhor momento. Ninguém sabe se ela poderá ser, de novo, a escolhida dos deuses. Os governos não são uma exceção: desde a era de Reagan e Thatcher abandonaram os meios de controle que contavam para monitorar os mercados financeiros. Dominados pelos investidores institucionais (grandes bancos, fundos de pensões, companhias de seguros, hedge funds...) os governos doaram ou emprestaram aos mercados trilhões de dólares para que pudessem cavalgar de novo, depois do desastre de 2007-2008. O Banco Central Europeu, o Federal Reserve dos EUA e o Banco da Inglaterra emprestaram diariamente, com uma taxa de juro inferior à inflação, enormes capitais que os investidores institucionais se apressaram em utilizar de forma especulativa contra o euro, contra os tesouros dos Estados, etc.

Atualmente, o dinheiro pode atravessar fronteiras sem nenhuma imposição fiscal. A cada dia cerca de 3 trilhões de dólares circulam pelo mundo saltando as fronteiras. Menos de 2% desta soma é utilizada diretamente no comércio mundial ou em investimentos produtivos. Mais de 98% estão envolvidos em operações especulativas, em especial relacionadas às moedas, aos títulos da dívida ou às matérias primas. Devemos acabar com a trivialização desta lógica de morte. É preciso criar uma nova disciplina financeira, expropriar esse setor e colocá-lo sob controle social, gravando com fortes impostos aos investidores institucionais que primeiro provocaram a crise e depois se aproveitaram dela, auditando e anulando as dívidas públicas ilegítimas, instaurando uma reforma tributária redistributiva, reduzindo radicalmente a jornada de trabalho a fim de poder se contratar massivamente, sem diminuição de salários. Em duas palavras, começar a colocar em marcha um programa anticapitalista.

(*) Presidente do CADTM Bélgica (Comitê pela Anulação da Dívida do Terceiro Mundo), doutor em Ciências Políticas na Universidade de Liége (Bélgica) e na Universidade de Paris VIII (França).

Tradução: Katarina Peixoto

domingo, 6 de junho de 2010

Deputado Paulo Pimenta visita a ASUFPel nesta segunda-feira

Deputado Pimenta analisa segurança pública e diploma de jornalismo em encontros nas cidades de Rio Grande e Pelotas

O deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) percorre os municípios do litoral sul do RS, nessa semana, onde realiza palestras nas cidades de Rio Grande e Pelotas. Na próxima segunda (7), pela manhã, o petista, que é relator da CPI da Violência Urbana na Câmara dos Deputados, reúne-se com o Grupo de Trabalho sobre Segurança da FURG para dar detalhes da tramitação do Projeto de Lei 4863.

Esse PL, de autoria do deputado Pimenta, institui o adicional por atividade de risco para os vigilantes de Instituições Federais de Ensino Superior, Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia – IFETS, Escolas Técnicas Federais - ETFs, Escolas Agrotécnicas Federais – EAFs, Escolas Técnicas vinculadas às Universidades Federais e de Instituições de Pesquisa Científica e Tecnológica.

Às 14h o deputado estará na ASUFPel, em reunião com os vigilantes, aposentados e motoristas. A reunião é aberta a todos os interessados.

Às 16h, na Câmara Municipal de Vereadores de Pelotas, o relator da CPI da Violência Urbana na Câmara dos Deputados participa de uma audiência sobre segurança pública no Brasil. Na palestra, Pimenta apresentará o relatório do Sistema Carcerário Brasileiro, estudo feito nos 27 estados brasileiros e que revelou a superlotação dos presídios, os custos sociais e econômicos desses estabelecimentos, a permanência de encarcerados que já cumpriram a pena, a corrupção e as atividades do crime organizado nessas instituições de reclusão.

Já às 19h15, Pimenta fará uma palestra para o curso de jornalismo da Universidade Católica de Pelotas (UCPel). No painel denominado "A obrigatoriedade do diploma de jornalismo: perspectiva e debate", Pimenta falará sobre as implicações da decisão do Supremo Tribunal Federal que acabou com a exigência da formação em curso superior de jornalismo para o exercício desta atividade profissional no país.

O deputado Paulo Pimenta é o autor da chamada PEC dos Jornalistas, Proposta de Emenda à Constituição que restabelece a obrigatoriedade do diploma. A PEC dos Jornalistas deve ser votada no plenário da Câmara dos Deputados até o final deste ano.



GABINETE DEPUTADO FEDERAL PAULO PIMENTA

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Crise traz de volta ao país 400 mil "expatriados"

Luciano Máximo, Gustavo Faleiros e Stela Campos, de São Paulo, Londres e Madri

Atingidos pela crise nos Estados Unidos e na Europa e atraídos pelo bom momento brasileiro, milhares de pessoas que haviam sido "expatriadas" pelas crises do Brasil estão de volta ao país. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, estima que retornaram nos últimos anos aproximadamente 400 mil, cerca de 13% dos 3 milhões que viviam e trabalhavam fora do país, .

Aloysio Gomide Filho, chefe da Divisão das Comunidades Brasileiras no Exterior do Itamaraty, diz que 60 mil trabalhadores brasileiros no Japão retornaram desde o início da crise mundial, cerca de 20 mil aproveitando a ajuda do governo japonês de US$ 3 mil a decasséguis desempregados que escolhessem deixar o país oriental.

A socióloga Sueli Siqueira, professora da Universidade do Vale do Rio Doce, lembra que a crise mundial afetou profundamente o mercado imobiliário, que absorve grande parte da mão de obra estrangeira nos países ricos. A recessão nesses países fez com que a taxa de desemprego médio subisse de 5,8% antes da crise para os atuais 8,4%, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI). Informações do governo americano dão conta de que 850 mil imigrantes irregulares deixaram o país entre 2008 e 2009.

Na Espanha, que vive o auge de sua crise atualmente, mais de 1 milhão de espanhóis estudam português em busca de alguma oportunidade de emprego no Brasil, segundo pesquisa do Centro de Investigaciones Sociológicas (CIS). A Casa do Brasil, instituição fundada pelo governo brasileiro nos anos 60, em Madri, como um colégio maior dedicado ao ensino da língua portuguesa e da cultura brasileira, registra um aumento em torno de 30% nas matrículas, desde outubro do ano passado.

terça-feira, 1 de junho de 2010

British Petroleum: a sombra de Chernobyl

Por Alejandro Nadal*, do La Jornada

Muito comparam, erradamente, o desastre no Golfo do México ao derrame do petroleiro Exxon Valdez, em 1989, no Alasca. Na realidade, nem a British Petroleum nem o governo dos EUA poderão cobrir o custo desta tragédia. Infelizmente, devido à sua extensão e duração, o parâmetro de comparação mais adequado para essa tragédia é o que aconteceu em Chernobyl. O artigo é de Alejandro Nadal, do La Jornada.

A British Petroleum garante que pagará os custos do desastre no Golfo do México. Mas o poço continua sem controle, jorrando diariamente milhares de barris de petróleo e gerando o pior desastre petrolífero da história suja dessa indústria. Na realidade, nem a BP nem o governo dos Estados Unidos poderão cobrir o custo desta tragédia, que muitos comparam erradamente ao derrame de Exxon Valdez no Alasca, em 1989. Infelizmente, devido à sua extensão e duração, o parâmetro de comparação mais adequado é Chernobyl.

Quando um navio tanque encalha e começa a verter a sua carga, sabemos pelo menos quantos milhares de barris transporta. Mas, no caso do desastre da plataforma Deepwater Horizon, desconhece-se a quantidade que será derramada. Tudo vai depender das operações de encerramento do poço que, segundo dados da BP, produz uns 5 mil barris diários. Outros cálculos, talvez mais realistas, situam esta cifra em cerca de 25 mil barris diários. Até hoje, os esforços para controlar a catástrofe foram inúteis, e encerrar o poço pode demorar semanas. Mesmo aceitando os dados conservadores da petrolífera, o derrame do Golfo do México encaminha-se velozmente para ultrapassar o de Exxon Valdez (250 mil barris).

A plataforma Deepwater Horizon foi construída em 2001 nos estaleiros da Hyundai, em Ulsan, Coreia. Esta estrutura flutuante com pontões e tanques de balastro nas suas gigantescas colunas foi desenhada para efectuar perfurações em águas muito profundas. Estava dotada de um sistema de geoposicionamento dinâmico que lhe permitia permanecer fixa relativamente a um ponto no fundo do mar. Esta tecnologia utiliza sensores de correntes e de ventos para activar os motores que permitem à plataforma permanecer fixa no mar. A georreferência é proporcionada por um ou mais giroscópios e todo o sistema é coordenado por computador.

Em Setembro de 2009, a Deepwater Horizon perfurou o poço submarino mais profundo do mundo, com cerca de 10.700 metros (dos quais 1.260 correspondem à coluna de água). Em poucas palavras, esta é a tecnologia mais avançada em matéria de perfurações em águas muito profundas.

As empresas que detêm plataformas na zona económica exclusiva dos Estados Unidos, no Golfo do México, sempre fizeram alarde da sua capacidade tecnológica e da probabilidade muito reduzida de acidentes com derrames. Por isso sempre afirmaram que, mesmo no caso de um derrame, as consequências ambientais e noutras atividades econômicas (pesca, turismo) seriam pequenas, temporárias e fáceis de reparar.

Quando ocorreu a explosão e o incêndio, a plataforma operava a cerca de 80 km a sudeste do delta do rio Mississipi. O seu trabalho consistia em dar os toques finais no poço, preparando o revestimento de cimento que deveria permitir a sua exploração comercial. A origem da explosão continua a ser desconhecida mas, tal como em Chernobyl, a reação inicial dos responsáveis (BP e entidades reguladoras) foi minimizar as consequências do acidente.

A 31 de Março, Obama anunciou que a sua administração abriria milhões de quilómetros quadrados à exploração e perfuração submarinas no Golfo do México, no litoral atlântico dos Estados Unidos e no norte do Alasca. Não se sabe quanto óleo pode existir nas jazidas submarinas das zonas abertas à exploração, mas os dados geológicos indicam que, no melhor dos casos, só chegariam para cobrir o consumo norte-americano durante um ano. Estamos a falar de uma quantidade ridícula em troca de um prejuízo ambiental extraordinário.

No litoral dos Estados Unidos relativo ao Golfo do México operam 3.858 plataformas de perfuração submarina. Mas todas essas plataformas petrolíferas contribuem apenas com 1,6 milhões de barris diários para o consumo dos Estados Unidos, que ultrapassa os 19,5 milhões de barris diários. Os Estados Unidos não atingirão a autonomia energética através da abertura de novos campos ao desastre ambiental.

O paralelismo com a indústria nuclear tem outro componente: a limitação da responsabilização dos responsáveis pelo desastre. A legislação federal nos Estados Unidos estabelece que a BP deverá pagar os custos da reparação, mas limita a sua responsabilidade por danos econômicos a apenas 75 milhões de dólares, uma migalha. A esse respeito, a BP deverá receber a factura do custo das operações, mas quem pagará o prejuízo dos ecossistemas destruídos?

O Torrey Canyon, o primeiro navio tanque que, em 1967, encalhou e derramou o seu carregamento diante da costa da Inglaterra, transportava 120 mil toneladas de óleo. O barco, partido a meio, chegou a ser bombardeado com 3 mil galões de napalm, numa tentativa de queimar o petróleo e evitar o derrame. Operação inútil, evidentemente, mas um bonito exercício de tiro ao alvo para a Royal Navy. Um exemplo edificante de como se podem resolver os problemas que nos coloca a tecnologia moderna.

Tradução de Helena Pitta

*Alejandro Nadal é membro do Conselho Editorial de SINPERMISO.