segunda-feira, 31 de maio de 2010

sexta-feira, 28 de maio de 2010

UM BOM FIM-DE-SEMANA A TODOS E A TODAS

Amigos, desejamos a todos um bom descanso. Não esqueçam da nossa assembléia na próxima terça-feira, dia 01/06/2010, às 14h.

Por Bruno Ribeiro
Tem gente que me escreve, revoltada, dizendo que persigo a classe média e que combato com preconceito o seu estilo de vida. Como também sou filho da classe média, posso afirmar: minha repulsa a este segmento social não é preconceito, mas conceito. Ou essa gente acha que limpo a barra da minha família quando desço a borduna no lombo da classe? Aliás, limpar a barra da família e culpar somente os outros é um comportamento típico do médio-classista.
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Você quer saber o que é a classe média? Basta ler as cartas dos leitores de qualquer grande jornal. Em Campinas, que é uma cidade médio-classista, a maior diversão da classe média, depois de almoçar com a família no shopping, é escrever para os jornais. A classe média reclama de tudo e os jornais fornecem o espaço necessário para que ela se sinta importante e austera. É o mais próximo que ela pode chegar de ser, digamos, um Arnaldo Jabor.
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Há pouco tempo era grande o número de leitores que reclamavam da mentalidade provinciana da cidade, em contraponto às suas dimensões metropolitanas. Chiavam que nada de importante acontecia em Campinas, sobretudo quando o assunto era cultura e arte. Que, apesar do potencial econômico da cidade {Campinas tem um dos maiores PIBs do Brasil}, vivíamos condenados ao subdesenvolvimento intelectual e à insignificância em relação a São Paulo.
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Aí, a vizinha Paulínia inaugura o maior polo industrial de cinema do País e Campinas passa a servir de cenário para vários filmes brasileiros de bilheteria, como O Ano em que meus Pais saíram de Férias e Salve Geral, só para citar dois exemplos recentes. No momento, Corações Sujos também está sendo rodado em Campinas e algumas tomadas estão sendo feitas no Centro Velho {não muito longe da minha casa}. Um doce para quem adivinhar como está sendo a reação da classe média campineira.
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Se você disse que ela continua reclamando, acertou. As mesmíssimas pessoas que antes escreviam reclamando da falta de vida no Centro, agora escrevem para reclamar que as filmagens estão atrapalhando o trânsito dos carros, que a movimentação dos profissionais do cinema tem alterado suas rotinas, que não se pode mais dormir à noite {leia-se antes das 22h}, que a Prefeitura Municipal deveria proibir esse tipo de coisa no Centro, enfim, que ela paga em dia os seus impostos para ter paz e tranquilidade depois de um dia extenuante de trabalho.
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Meus caros, tenho ou não tenho razão quando digo que a classe média é um caso freudiano? Se a filmagem de Corações Sujos demorar mais um pouquinho, aposto que alguém escreverá para os jornais botando a culpa no Lula. Alguém duvida?
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{Cansei de filmagem em Campinas! Abaixo o cinema nacional!}

Postagem retirada do blog: botequimdobruno.blogspot.com

DICA DE FILME - ABRAÇOS PARTIDOS

Filme dirigido por Almodóvar. Conta a história de um cineasta que sofre um acidente de carro, no qual perdeu a visão e seu grande amor, Lena. Sofrendo aparentemente de perda de memória, abandona o cinema, passando a ser um escritor. Um dia o filho de sua diretora de produção também sofre um acidente e Harry passa a ter uma relação mais estreita com o rapaz. Harry passa a relatar seus dias de cineasta, revelando se lembrar de detalhes de sua vida e do trágico acidente.

DPDP prorroga inscrições para cursos de línguas

Foram prorrogadas as inscrições para os cursos de Inglês - Módulo 1, Espanhol - Módulo 1 e Português - Leitura e Produção Textual, promovidos pelo Departamento de Planejamento e Desenvolvimento de Pessoal da Pró-Reitoria de Gestão de Recursos Humanos (PRGRH). As inscrições poderão ser efetuadas até 01/06/10.

A relação com os servidores homologados da segunda etapa de inscrições estará
disponível no site da PRGRH, a partir das 14 h de 02/06/10.

** Destacamos que esses cursos fazem parte do Programa de Capacitação da UFPel e valem para progressão por capacitação.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

quarta-feira, 26 de maio de 2010

A Assembleia da Classe Trabalhadora, a CMS e a democratização da comunicação

Escrito por Rosane Bertotti, secretária Nacional de Comunicação da CUT
25/05/2010

Nos próximos dias a capital paulista sediará dois eventos históricos, reunindo o que há de mais representativo no movimento sindical e social brasileiro para definir ações unitárias na luta pela construção de um projeto nacional de desenvolvimento.

Serão duas Assembleias maiúsculas. Uma no dia 1º de junho, histórica, somando mais de 30 mil lideranças da CUT, CGTB, CTB, Força e NCST no Pacaembu, com a classe trabalhadora coroando o intenso processo de conquistas tão expressivas como é a política de valorização do salário mínimo, Outra, na véspera, 31 de maio, com cerca de dois mil dirigentes das 28 entidades que compõem a Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS), potencializando ações ao lado do MST e da UNE em defesa dos recursos do pré-sal, da aceleração da reforma agrária e da ampliação dos investimentos e das vagas nas universidades públicas.

Na agenda comum, além do compromisso com a soberania, a democracia e a valorização do trabalho, compreendidos como pilares do desenvolvimento, a determinação de enfrentar o que tem se caracterizado como o principal partido da direita em nosso país: os conglomerados privados de mídia.

Ao relegar à invisibilidade a cobertura do 1º de Maio das centrais, que reuniu milhões de trabalhadores e trabalhadoras de Norte a Sul, os meios mercantis de comunicação expuseram o que escondem por detrás da sua altissonante “imparcialidade”. O grau de manipulação e desinformação que tomou conta do noticiário só não foi maior do que o tombo das suas audiências – o que já veio e os que estão por vir em função dos seus reiterados divórcios com a realidade. Como disse Luís Fernando Veríssimo, “às vezes a única coisa verdadeira num jornal é a data”.

O mesmo comportamento venal aconteceu diante do anúncio do governo de que a Telebrás seria a responsável, dentro do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), pela popularização das telecomunicações, que vinha sendo administrada por monopólios estrangeiros com serviço caro e de péssima qualidade. Contra o papel protagonista do estado se insurgiram manchetes, multiplicaram-se os artigos e reportagens para defender o indefensável: o interesse dos anunciantes contra a universalização da banda larga. No fundo queriam mesmo era impedir que o serviço fosse prestado em regime público para que continuasse privatizado, com os lucros alavancados ainda mais pelos recursos que planejavam tomar do FUST (Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicação).

Felizmente, a sensatez falou mais alto. A comunicação, como a verdade, não pode ser convertida em mercadoria, apropriada por donos que interpretam a realidade conforme suas conveniências político-ideológicas, ditada invariavelmente pelo amor aos cifrões. Daí a necessidade da implantação de um novo marco regulatório para o Sistema de Comunicação no Brasil, com ênfase no interesse público e na garantia de direitos humanos, para acesso, produção e meios de distribuição de conteúdo. Daí a necessidade da regulamentação dos artigos do Capítulo V da Constituição Federal que tratam da Comunicação Social.

É sempre bom lembrar os pontos que os barões da mídia querem que esqueçamos, reiterados democraticamente na Conferência Nacional de Comunicação. A Constituição determina que a manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição (art.220); estabelece princípios para a produção e programação das emissoras de rádio e televisão (221); determina que a propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão sonora e de sons e imagens é privativa de brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, ou de pessoas jurídicas constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sede no país (222); sublinha que Compete ao Poder Executivo outorgar e renovar concessão, permissão e autorização para o serviço de radiodifusão sonora e de sons e imagens, observado o princípio da complementaridade dos sistemas privado, público e estatal (223) e Institui o Conselho de Comunicação Social, como órgão auxiliar do Congresso (224).

Afogadas no abecedário neoliberal da “grande” imprensa, tais determinações legais viraram letra morta. É hora de levantarmos coletivamente a voz, milhões de vozes, contra a ditadura midiática que nos quer mudos. Façamos com que se ouçam os gritos dos protestos criminalizados, amordaçados e ensurdecidos nas câmaras de tortura editorial e que, enfim, se vejam por inteiro, o calor e a energia da vida dos que combatem, sem trégua ou descanso, pela justiça, que é a verdade que está por vir.

terça-feira, 25 de maio de 2010

HOJE É DIA DE ÁFRICA

O "continente negro" celebra hoje , 25 de Maio, 47 anos desde a criação, em Addis Abeba (Etiópia), da Organização de Unidade Africana (OUA), em carta assinada por 32 estados africanos já independentes na altura.

O acto constituiu-se no maior compromisso político dos líderes africanos, que visou a aceleração do fim da colonização do continente.

No dia 25 de Maio de 1963 reuniram-se 32 Chefes de Estado africanos com ideias contrárias à subordinação a que o continente estava submetido durante séculos (colonialismo, neocolonialismo e "partilha da África").

Dessa reunião, nasceu a OUA (Organização de Unidade Africana). Pela importância daquele momento, o 25 de Maio foi instituído pela ONU (Organização das Nações Unidas), em 1972, Dia da Libertação de África.

O dia representa também um profundo significado da memória colectiva dos povos do continente e a demonstração do objectivo comum de unidade e solidariedade dos africanos na luta para o desenvolvimento económico continental.

A criação da OUA traduziu a vontade dos africanos de converterem-se num corpo único, capaz de responder, de forma organizada e solidária, aos múltiplos desafios com que se defrontam para reunir as condições necessárias à construção do futuro dos filhos de África.

Entretanto, de todos esses pressupostos, é facto reconhecido que a libertação do continente do jugo colonial e o derrube do regime segregacionista do Apartheid, durante anos em vigor na África do Sul, foram eleitas como as tarefas prioritárias da OUA.

Como a OUA mostrou-se incapaz de resolver os conflitos surgidos continuamente em toda a parte do continente, os golpes de estado tornaram-se uma prática.

A construção de uma verdadeira unidade entre os países membros é ainda inexistente, sendo exemplos disto os golpes de estados e as guerras civis no continente.

Economicamente, os indicadores também estavam longe de serem animadores, concorrendo para isso a própria instabilidade militar e as múltiplas epidemias.

Assim, a 12 Julho de 2002, em Durban, o último presidente da OUA, o sul-africano Thabo Mbeki, proclamou solenemente a dissolução da organização e o nascimento da União Africana, como necessidade de se fazer face aos desafios com que o continente se defronta, perante as mudanças sociais, económicas e políticas que se operam no mundo.

Contudo, resolveu manter a comemoração do Dia de Africa a 25 de Maio, para lembrar o ponto de partida, a trajectória e o que resta para se chegar à meta de “uma África unida e forte”, capaz de concretizar os sonhos de “liberdade, igualdade, justiça e dignidade” dos fundadores.

Outro objectivo principal da UA continuará a ser a unidade e solidariedade entre os países e povos de África, defender a soberania, integridade territorial e independência dos seus Estados membros e acelerar a integração política e socioeconómica do continente, para realizar o sonho dos “pioneiros”, que em 1963 criaram a OUA.

Dos 54 estados africanos, 53 são membros da nova organização: Marrocos se afastou voluntariamente em 1985, em sinal de protesto pela admissão da auto-proclamada República Árabe Saharaui, reconhecida pela OUA em 1982.

Apesar de se registarem actualmente em África alguns conflitos de carácter político, pode-se dizer que a maioria dos países do continente possuem governos democraticamente eleitos.

De uma forma geral, os governos africanos são repúblicas presidencialistas, com excepção de três monarquias existentes no continente: Leshoto, Marrocos e Swazilândia.

Parcerias são formadas diariamente ao abrigo da NEPAD (Nova Parceria para o Desenvolvimento da África), um instrumento da União Africana que se baseia em relações e acordos bilaterais num ambiente de transparência, responsabilização e boa governação.

A África tem aproximadamente 30,27 milhões de quilómetros quadrados de terra. Ao norte é banhado pelo Mar Mediterrâneo, ao leste pelas águas do oceano Índico e a oeste pelo oceano Atlântico. O sul do continente africano é banhado pelo encontro das águas destes dois oceanos.

É o segundo continente mais populoso do Mundo (depois da Ásia), com aproximadamente 800 milhões de habitantes.

Basicamente agrário, pois cerca de 63 porcento da população habita no meio rural, enquanto somente 37 % mora em cidades. No geral, é um continente que apresentando baixos índices de desenvolvimento económico.

O PIB (Produto Interno Bruto) corresponde a apenas um porcento do produto mundial. Grande parte dos países possui parques industriais poucos desenvolvidos, enquanto outros nem sequer são industrializados, vivendo basicamente da agricultura.

O principal bloco económico é a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), formada por 14 países: Angola, África do Sul, Botswana, República Democrática do Congo, Lesoto, Madagáscar, Malawi, Ilhas Maurícias, Moçambique, Namíbia, Suazilândia, Tanzânia, Zâmbia e Zimbabwe.

Para saudar a data, que se comemora este ano sob o lema "2010, ano da paz e da segurança", realizam-se em Angola várias actividades, destacando-se o colóquio internacional, dedicado "A Paz e Segurança em África", a realizar-se no Centro de Convenções Talatona, em Luanda.

FONTE: AGÊNCIA ANGOLA PRESS
Retirado do blog: guebala.blogspot.com

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Relação de servidores, pensionistas ou sucessão que deverão comparecer na ASUFPEL afim de receber o precatório de férias.

01. Edmundo dos Santos Ferrua

02. Gilda Freitas Dias

03. João Paulo Silveira de Pinho

04. José Carlos Ávila Mello

05. Maria Júlia da Silva

06. Zilá Neves da Silva

07. Adamar Lourenço dos Santos

08. Adão Ferreiro

09. Ana Lúcia Silva Marques

10. Antonio da Silva Ávila

11. Aurélio Pereira da Silva

12. Antonio Luis dos Santos Ferrua

13. Carlos Roni Almeida Souza

14. Claudet Silveira Brod

15. Eleclides Gonçalves

16. Francisco Gavino Q. Carvalho

17. Francisco Nalério Gonçalves

18. Gilca Estafor Alexandre

19. Gladis Richa Kalil Cavalheiro

20. João Antonio Ribeiro Siqueira

21. João Vanderlei Couto Branco

22. José Tadeu Carret Bastos

23. José Vicente Dias

24. Lila Brod Manta

25. Luiz Francisco Tures Carpe

26. Marisa Dilva da Silva

27. Monica Beatriz Hosni Duarte

28. Milton Carvalho

29. Neli Leita Vieira

30. Olavo Mendonça

31. Volnei Gervini Souza

sexta-feira, 21 de maio de 2010

UM BOM FIM-DE-SEMANA

Desejamos a todos e a todas um ótimo descanso. Retornamos com mais postagens na segunda-feira.

LEITURA - A VIDA COMEÇA AOS QUARENTA?

Meus pais morreram velhinhos, na casa dos cinquenta, por isso eu sempre achei que ia morrer cedo.
Aos quinze anos eu não suportava os senhores de vinte, e aos vinte eu tratava com muito respeito os coroas de 30.
Guerras, revoluções, aventuras, noitadas, promiscuidade, orgias,gonorréia, riscos e mais riscos, isso tudo me fazia crer que eu não chegaria aos 25 anos. Fiquei surpreso quando me senti forte e saudável aos 30.
Passei a aceitar a máxima: que a vida começa aos quarenta, e quando cheguei lá, comecei a perceber que, o que começa aos quarenta é a IDA e não a vida.
Quando fiz quarenta, um jovem colega relojoeiro de 30 anos me deixou confuso perguntando como eu me sentia ante a possibilidade da “morte.”
Para minha surpresa, foi esse jovem quem morreu pouco tempo depois. Aos 50 comecei a achar interessante a música “ Mulher de Quarenta”do Roberto e apaixonei-me por uma gravação de Paulinho da Viola:–
“Aos 50 anos, insisto na juventude…”, enquanto percebia impotente, meu ângulo peniano caminhando para os 90 graus.
Mas, antes dos 60, uma pílula azul alargou minhas possibilidades e possibilitou-me ver o sexo por ângulos mais estreitos e sem muitas dificuldades. Agora estou além dos 60.
Aos 40 rezava pela alma dos amigos e parentes mortos, nome por nome.Hoje, são tantos os que sucumbiram, que apenas rezo “pelos mortos em geral”.
E mais uma vez espanto-me por estar ainda vivo, e consolo-me no Salmo 91.7, que diz: “Mil cairão ao teu lado e dez mil sua direita, mas você não será atingido.” Mesmo confiando na Bíblia, ando sempre disfarçado pra São Pedro não me encontrar, afinal cautela e caldo de galinha nunca derrubou ninguém.
Ainda estou vivo, e pra quem achava que iria morrer aos 30 descubro que existe sobrevida após a vida. O preço do viver é muito alto para o jovem de hoje: tem que estudar, arranjar um trampo, se formar, ganhar dinheiro, ficar famoso, malhar, comer todas, casar, ter filhos, plantar arvore, escrever um livro, comprar casa e carro, e tudo fazer para manter o paradigma de bom sujeito, justo, de bons princípios, bem sucedido e vencedor.
Após os 60 você já está quite com tudo isso, não precisa provar mais nada e pensa só em viver muito e em paz. Qual o quê: tem que tomar antidepressivos, controlar a pressão, não comer açúcar, não comer sal, não fumar, não beber, se conseguir comer uma e outra já é uma vitória. Caminhar ao menos meia hora por dia, cuidar do joanete, dormir cedo, não discutir no trânsito, não se alterar no caixa do mercado, tolerar os filhos, agradar os netos, ficar calado diante da mediocridade, aceitar resignado o salário de aposentado, e curtir todas as dores porque se algum dia você acordar sem dor é porque está morto. Claro que o idoso tem suas vantagens: uma delas é a transparência. Quanto mais velho, mais transparente a gente se torna. Chega a ficar invisível: ninguém mais percebe você, mais um pouco e nem lhe enxergam.
E ante qualquer aborrecimento ou dificuldade a gente ameaça enfartar ou ter um AVC. “Olha o colesterol!!!
Funciona sempre! Logo todos se tornam gentis e cordatos, e aí começam os rapapés os agrados e a garantia de tratamento especial, comidinha especial e até presentinhos fora de época. Você se torna o centro das atenções, e isso é muito bom. Mas como tudo que é bom dura pouco, isso logo passa, e após o fato frustrado, o tédio recomeça, a indiferença retorna ainda mais forte e a gente vai se sentindo inútil como um chapéu velho.
Lidando com a minha “terceira idade” costumo ouvir dos entendidos de plantão: -”Só há duas alternativas: envelhecer… ou a outra, que é muito pior.” Preferi envelhecer, aceitando com alegria cada minúsculo “sim” que a vida me proporciona.
Hoje, quando encontro vaga num estacionamento de shopping, quando o banco está vazio, ou quando encontro promoção na farmácia, já considero uma bênção gigantesca e agradeço a Deus pela graça alcançada.
Após os 60, inspirado em um piadista sonhador, começo a regredir na existência. Sou um envelhecente teimoso, deixo Roberto Carlos, Paulinho e a viola de lado e cito Lupicínio Rodrigues: “Esses moços, pobres moços, ah se soubessem o que eu sei.”
Mesmo se soubessem não ia adiantar nada, porque já foi provado que a sabedoria é proporcional ao número de anos vividos. Quanto mais vive o sábio, mais sábio fica… Como diz o velho amigo Mario Felipe, que Deus o conserve: –”O Chinês é sábio porque é velho.” Hoje, estou vivendo de lambujem, estou com o prazo de validade vencida, e como quase morri algumas vezes em minha vida, acho que viverei até fartar-me cometendo alguns pecadinhos como atacar a geladeira na calada da noite, assistir filminhos de mulher nua na internet, comer doces e sorvetes escondido do meu médico e da família,enfim estou bebendo, comendo e andando e isto está de bom tamanho,… estou no lucro.
Envelhecer é inevitável, ficar velho é opcional, por isso sou um envelhecente, não sou um velho. Tenho dito!

José Roberto Mira

DICA DE FILME - OLGA

Ano: 2004
Direção: Jayme Monjardim
Elenco: Camila Morgado,Caco Ciocler,Fernanda Montenegro,José Dumont,Eliane Giardini,Floriano Peixoto



Olga é um filme brasileiro, baeeado na biografia de Olga Benario Prestes, uma alemã, judia e comunista. Por opção do diretor Jayme Monjardim, a trajetória de Olga Benario Prestes é contada por um viés mais humano e emotivo. A dosagem destes elementos, entretanto, faz com que, em alguns momentos a trama se transforme em um melodrama piegas. Em boa parte das cenas, há exagero no uso de grandes closes e planos de detalhes, marca registrada de Monjardim. Somados a trilha sonora exagerada de violinos e violoncelos, o que temos é muito parecido com a estética utilizada por Jaime em suas novelas. Ainda assim, a história de vida do casal Olga e Luis Carlos Prestes, merece ser assistida.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

STJ mantém turma de veterinária para assentados na UFPel

Da Assessoria de Comunicação do Incra

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu manter a turma especial de medicina veterinária, composta por filhos de assentados no Rio Grande do Sul, nesta terça-feira (11/5), em Brasília.

O curso é resultado de um convênio, firmado em 2008, entre Incra, Instituto Simon Bolívar e Universidade Federal de Pelotas (UFPel), e faz parte do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera).

Além da graduação, o convênio prevê a construção do Centro de Capacitação e Desenvolvimento Rural Sustentável, voltado para atender assentamentos com pesquisa e capacitação técnica.

A decisão da 2ª Turma do STJ suspendeu liminar obtida pelo Ministério Público Federal contra a efetivação da turma, sob alegação de que se tratava de política de cotas.

Os ministros, seguindo o voto do relator, Herman Benjamin, votaram por unanimidade contra a paralisação do curso, tendo em vista que o juízo de primeira instância já havia confirmado sentença favorável ao Incra e a universidade, em maio de 2009.

“Uma liminar, por ser decisão provisória e sem análise profunda, não tem mais força que uma sentença, por isso os ministros do STJ entenderam que deve prevalecer convicção da Justiça Federal no Rio Grande do Sul”, explicou a procuradora federal Mariana Cirne, que atuou no caso pela Advocacia-Geral da União (AGU).

De acordo com o ministro relator Herman Benjamin, “política pública que não fere o direito de terceiros não pode ser impedida pelo Judiciário”. Para o presidente do Incra, Rolf Hackbart, a suspensão da turma atingiria diretamente a política de reforma agrária. “Nosso trabalho requer o desenvolvimento sócio-econômico dos assentamentos, inclusive pela formação educacional”, defendeu durante audiência com o ministro Mauro Campbell, pouco antes da votação no plenário da 2ª Turma .

No caso da UFPel, a AGU sustentou que a liminar ameaçava sua autonomia funcional, impedindo a vinculação do ensino com práticas sociais e a promoção de acesso ao ensino superior. Alegou também que a turma especial não se enquadra na categoria de cotas, pois não houve redução de oferta para o curso de veterinária por meio do vestibular. Ainda de acordo com a AGU, o aporte de recursos foi realizado exclusivamente pelo Incra, inclusive para a construção de um novo centro de educação e pesquisa, que será incorporado ao patrimônio da UFPel.

Agora, a turma formada por 60 alunos pode dar início ao curso, que segue metodologia diferenciada, baseada na pedagogia da alternância. “São 40 dias na universidade e outras semanas nos próprios assentamentos, aplicando os conhecimentos teóricos adquiridos em sala de aula”, explica a coordenadora nacional do Pronera, Clarice do Santos.

Desde sua implantação, em 2004, o Pronera já beneficiou, em todo o país, mais de 330 mil jovens e adultos com formação em cursos técnicos e de nível superior, além de alfabetização e educação primária, com enfoque na questão agrária. Foram investidos, em seis anos, cerca de R$ 227 milhões de reais.

O principal objetivo do programa é ampliar a escolarização da população rural brasileira, muito aquém dos níveis apresentados para quem vive nas cidades. Para se ter uma idéia, dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) demonstram que a população rural tem média de permanência baixa na escola. São 4,5 anos contra os 7,8 apresentados por que vive em área urbana.

Fonte: MST

quarta-feira, 19 de maio de 2010

terça-feira, 18 de maio de 2010

** Dia Nacional de Luta contra a exploração sexual de crianças e adolescentes

Por conta das alarmante estatísticas, o dia 18 de maio foi instituído, pela Lei Federal nº 9970/00, como o Dia Nacionbal de Luta contra a Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.

18 de maio
No ano passado foram denunciados 15.345 casos de violência sexual contra crianças e adolescentes. Segundo dados do Disque 100, da Secretaria de Direitos Humanos (SEDH) da Presidência da República.

Em 2009 houve
9.638 registros de abuso sexual,
5.415 de exploração sexual,
229 de pornografia;
63 de tráfico de crianças.

Jan a abr/ 2010:
Já são 4.000 ocorrências de violência sexual contra meninas e meninos, de diversos tipos.

A data foi escolhida porque em 18 de maio de 1973, em Vitória, no Espírito Santo (ES) um crime chocou todo o país e ficou conhecido como o “Crime Araceli”. Uma menina de apenas 08 anos de idade que foi raptada, drogada, estuprada, morta e carbonizada por jovens de classe média alta daquela cidade. Crime que apesar de sua natureza hedionda prescreveu impune.


Todos nós devemos estimular e encorajar as pessoas a denunciarem, revelarem situações de violência sexual e lutar, nos diversos fóruns que fazemos parte, para que existam ações de políticas públicas capazes de fazer o enfrentamento a esse crime.


** retirada na página da FASUBRA
www.fasubra.org.br

segunda-feira, 17 de maio de 2010

GT CARREIRA ASUFPel

A Direção da ASUFPel reuniu-se sexta-feira passada com parte da categoria, para discutir a formação do GT Carreira, grupo de trabalho criado para assessorar a Direção. Hoje a tarde, às 17h, o GT se reunirá para começar o estudo das demandas de nossa carreira.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

UM BOM FIM-DE-SEMANA

Desejamos a todos e todas um ótimo fim-de-semana. Hoje a tarde, às 16h30min, na sede da ASUFPel, estaremos fazendo uma reunião com o GT carreira. Discutiremos a estruturação do GT e a racionalização dos cargos. Estão todos convidados. Até segunda-feira.

LEITURA - "Os indiferentes"

Por Antonio Gramsci

Odeio os indiferentes. Como Friederich Hebbel acredito que "viver significa tomar partido". Não podem existir os apenas homens, estranhos à cidade. Quem verdadeiramente vive não pode deixar de ser cidadão, e partidário. Indiferença é abulia, parasitismo, covardia, não é vida. Por isso odeio os indiferentes.
A indiferença é o peso morto da história. É a bala de chumbo para o inovador, é a matéria inerte em que se afogam freqüentemente os entusiasmos mais esplendorosos, é o fosso que circunda a velha cidade e a defende melhor do que as mais sólidas muralhas, melhor do que o peito dos seus guerreiros, porque engole nos seus sorvedouros de lama os assaltantes, os dizima e desencoraja e às vezes, os leva a desistir de gesta heróica.
A indiferença atua poderosamente na história. Atua passivamente, mas atua. É a fatalidade; e aquilo com que não se pode contar; é aquilo que confunde os programas, que destrói os planos mesmo os mais bem construídos; é a matéria bruta que se revolta contra a inteligência e a sufoca. O que acontece, o mal que se abate sobre todos, o possível bem que um ato heróico (de valor universal) pode gerar, não se fica a dever tanto à iniciativa dos poucos que atuam quanto à indiferença, ao absentismo dos outros que são muitos. O que acontece, não acontece tanto porque alguns querem que aconteça quanto porque a massa dos homens abdica da sua vontade, deixa fazer, deixa enrolar os nós que, depois, só a espada pode desfazer, deixa promulgar leis que depois só a revolta fará anular, deixa subir ao poder homens que, depois, só uma sublevação poderá derrubar. A fatalidade, que parece dominar a história, não é mais do que a aparência ilusória desta indiferença, deste absentismo. Há fatos que amadurecem na sombra, porque poucas mãos, sem qualquer controle a vigiá-las, tecem a teia da vida coletiva, e a massa não sabe, porque não se preocupa com isso. Os destinos de uma época são manipulados de acordo com visões limitadas e com fins imediatos, de acordo com ambições e paixões pessoais de pequenos grupos ativos, e a massa dos homens não se preocupa com isso. Mas os fatos que amadureceram vêm à superfície; o tecido feito na sombra chega ao seu fim, e então parece ser a fatalidade a arrastar tudo e todos, parece que a história não é mais do que um gigantesco fenômeno natural, uma erupção, um terremoto, de que são todos vítimas, o que quis e o que não quis, quem sabia e quem não sabia, quem se mostrou ativo e quem foi indiferente. Estes então zangam-se, queriam eximir-se às conseqüências, quereriam que se visse que não deram o seu aval, que não são responsáveis. Alguns choramingam piedosamente, outros blasfemam obscenamente, mas nenhum ou poucos põem esta questão: se eu tivesse também cumprido o meu dever, se tivesse procurado fazer valer a minha vontade, o meu parecer, teria sucedido o que sucedeu? Mas nenhum ou poucos atribuem à sua indiferença, ao seu cepticismo, ao fato de não ter dado o seu braço e a sua atividade àqueles grupos de cidadãos que, precisamente para evitarem esse mal combatiam (com o propósito) de procurar o tal bem (que) pretendiam.
A maior parte deles, porém, perante fatos consumados prefere falar de insucessos ideais, de programas definitivamente desmoronados e de outras brincadeiras semelhantes. Recomeçam assim a falta de qualquer responsabilidade. E não por não verem claramente as coisas, e, por vezes, não serem capazes de perspectivar excelentes soluções para os problemas mais urgentes, ou para aqueles que, embora requerendo uma ampla preparação e tempo, são todavia igualmente urgentes. Mas essas soluções são belissimamente infecundas; mas esse contributo para a vida coletiva não é animado por qualquer luz moral; é produto da curiosidade intelectual, não do pungente sentido de uma responsabilidade histórica que quer que todos sejam ativos na vida, que não admite agnosticismos e indiferenças de nenhum gênero.
Odeio os indiferentes também, porque me provocam tédio as suas lamúrias de eternos inocentes. Peço contas a todos eles pela maneira como cumpriram a tarefa que a vida lhes impôs e impõe quotidianamente, do que fizeram e sobretudo do que não fizeram. E sinto que posso ser inexorável, que não devo desperdiçar a minha compaixão, que não posso repartir com eles as minhas lágrimas. Sou militante, estou vivo, sinto nas consciências viris dos que estão comigo pulsar a atividade da cidade futura que estamos a construir. Nessa cidade, a cadeia social não pesará sobre um número reduzido, qualquer coisa que aconteça nela não será devido ao acaso, à fatalidade, mas sim à inteligência dos cidadãos. Ninguém estará à janela a olhar enquanto um pequeno grupo se sacrifica, se imola no sacrifício. E não haverá quem esteja à janela emboscado, e que pretenda usufruir do pouco bem que a atividade de um pequeno grupo tenta realizar e afogue a sua desilusão vituperando o sacrificado, porque não conseguiu o seu intento.
Vivo, sou militante. Por isso odeio quem não toma partido, odeio os indiferentes.

DICA DE FILME - Bastardos Inglórios

Direção: Quentin Tarantino
Elenco: Brad Pitt, Eli Roth, BJ Novak, Mike Myers, Diane Kruger.
Gênero: Guerra
Sinopse: Tarantino reinventa a Segunda Guerra com violência, humor negro e cultura pop.A história desenvolve-se a partir do momento que uma jovem judia testemunha a execução de sua família pelas mãos de um coronel nazista.Shosanna escapa e parte para Paris, onde se torna proprietária de um cinema. Em outro lugar da Europa, o tenente Aldo Raine organiza um grupo de soldados americanos judeus para praticarem atos de vingança. Chamados pelo inimigo de “os Bastardos”, o esquadrão se une à atriz alemã Bridget von Hammersmark em uma missão para derrubar os líderes do Terceiro Reich. Os caminhos de todos se cruzem em um cinema, onde Shosanna, com seu cúmplice, coloca em prática seu plano de vingança.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Não há liberdade sem igualdade

Por Bruno Ribeiro

Hoje poderia ser um dia especial se a abolição da escravatura não fosse uma mentira no Brasil. Porque não existe liberdade sem igualdade. Porque a pátria brasileira deve ser de todos. Porque devemos aos negros a riqueza de nossa cultura, de nossa música, de nosso futebol, de nossa mesa e de nossa fé. Axé.

Blog: www.botequimdobruno.blogspot.com

quarta-feira, 12 de maio de 2010

CONVITE

O GT ETNIAS /ASUFPEL CONVIDA PARA O 1º ENCONTRO DA DESIGUALDADE E DAS POLITICAS RACIAIS DAS IFES DA REGIÃO SUL QUE IRÁ REALIZAR-SE NO DIA 13/05/2010, TENDO COMO LOCAL O AUDITÓRIO DA ASUFPEL.

PROGRAMAÇÃO:
ALMOÇO - 12:00
PALESTRA - 14:00 AS 16:00 (PROFª ROSANE HUBERT - ICH/UFPEL
ASSUNTO - QUILOMBOS/COTAS NAS UNIVERSIDADES

GT Carreira

Convidamos os servidores interessados na discussão da carreira para reunião de estruturação do GT Carreira da ASUFPel-Sindicato, a ser realizada no dia 14/05/2010 - sexta-feira, às 16h30, na sala de reuniões da ASUFPel. Nessa reunião será discutida a formação do GT e as tarefas desse grupo.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Quando ir à escola é um pesadelo

Há pouco mais de uma semana, as constantes provocações de colegas deixaram à beira da morte uma estudante de 14 anos da Capital. Motivo de comentários depreciativos devido ao formato levemente arredondado de seu nariz, às roupas simples e ao jeito tímido, a aluna tomou uma dose excessiva de antidepressivos. O drama ilustra a dificuldade revelada por famílias, professores e escolas para debelar o bullying, fenômeno que pode resultar em traumas duradouros e até provocar alterações na personalidade.


Como pais, professores e colegas devem agir para prevenir ou abreviar o sofrimento de crianças e adolescentes que enfrentam a intimidação e a violência de outros estudantes


O pesadelo diário de M. (Zero Hora omite o nome para preservar a adolescente) começou há pouco mais de um ano em uma escola pública da região central da cidade. Teve início com um comentário sobre seu nariz, depois um riso debochado sobre o tênis furado, e em pouco tempo a menina tímida mas feliz virou presa de um grupo de colegas sedentos de humilhação pública. As risadas, os dedos apontados e as caricaturas em folhas de caderno viraram rotina.


– Chegou a palhaça da escola – dizia um.


– Nariz de batata – completava outro, e todos riam.


No canto da sala, encolhida, a aluna da 6ª série do Ensino Fundamental sofria quieta. Em casa, queixou-se para a mãe. A exemplo do que ocorre em muitos casos de bullying (violência sistemática e intencional praticada contra um estudante), de início ouviu que não deveria se importar com os colegas.


Quando a mãe percebeu que a garota demonstrava sinais de depressão e revolta, meses depois, procurou a direção do estabelecimento. A resposta foi de que se tratava de “coisa de adolescente”, e nenhuma providência eficaz foi tomada – outro traço comum a muitos casos graves de bullying.


“Mãe, a mana disse que não vai mais viver”


Este ano, o equilíbrio psicológico da menina ruiu diante das chacotas intermináveis. Passou a implorar para a família por uma cirurgia plástica no rosto. Dormia com um prendedor de roupas apertado na ponta do nariz, em uma ilusão juvenil de que poderia remoldar suas feições e, enfim, ter paz.


Abateu-se a ponto de ser necessária uma internação em uma clínica, por depressão grave, durante quase um mês. Quando teve alta e voltou à escola, acreditou que seria poupada. Mas os agressores não tiveram piedade. Quinta-feira da semana passada, a mãe recebeu um telefonema da filha de 13 anos, irmã de M.:


– Mãe, a mana disse que não vai mais viver.


Sem conseguir fazer os colegas engolirem as ofensas, engoliu ela punhados do antidepressivo que vinha tomando sob prescrição médica. Quando chegou em casa, a mãe encontrou M. caída, e o frasco de remédio, vazio. Em uma carta, a estudante havia escrito: “Sofro muito porque sou humilhada e envergonhada pelos meus colegas com insinuações, desenhos maldosos e xingamentos por ter o meu nariz grande. Eu sofro de depressão, já fui internada por causa disso, não tenho vontade de estudar (...)”.


28% dos alunos de 5ª a 8ª já sofreram maus-tratos


Ficou três dias no Hospital de Pronto Socorro sob risco de morrer e teve alta domingo passado. Resume aos prantos os motivos que a fizeram sucumbir ao desespero:


– Começava a desenhar no meu cantinho, para ver se me deixavam em paz. Aí eles diziam que eu desenhava igual a um menino. Então abria o livro e tentava estudar, mas aí ficavam brabos e diziam que eu queria aparecer para a professora. Não sei por que não gostavam de mim.


A solução foi deixar a escola e a Capital. Na quarta-feira, M. retomou os estudos em uma cidade do Interior. Conforme uma pesquisa da ONG Plan Brasil, realizada em escolas públicas e particulares, cerca de 28% dos estudantes de 5ª a 8ª série já sofreram maus-tratos. O casos de violência frequente atingem 12,5% dos meninos e 7,6% das meninas.


Embora a conscientização sobre os efeitos nocivos do bullying esteja aumentando, a tolerância de pais, educadores e alunos que testemunham agressões ainda dificulta a erradicação desse fenômeno. Uma das principais autoridades internacionais no assunto, a portuguesa Ana Tomás Almeida afirma que há um componente cultural a ser vencido.


– Basta dar o exemplo muito conhecido de alcunhas com que as crianças gozam umas com as outras, ou a forma como excluem das brincadeiras as mais frágeis, imaturas ou diferentes. Em alguns grupos culturais, esses comportamentos são olhados com muita condescendência e vistos como brincadeiras – afirma a professora do Instituto de Estudos da Criança da Universidade do Minho, em Braga, Portugal.


Para estudantes como a adolescente de Porto Alegre que o bullying quase condenou à morte, a brincadeira não tem graça.

FONTE: ZERO HORA

Retirado do blog: guebala.blogspot.com

sexta-feira, 7 de maio de 2010

REUNIÃO GT CARREIRA

Em função de desencontro de local, não houve reunião do GT carreira no dia 06/05. A direção da ASUFPel vai remarcar a reunião e avisará via email e no blog. Esperamos a participação de todos os interessados para que posamos formar mais um grupo que assessore a atual Direção do nosso Sindicato. Afirmamos que nossa luta só se dará e será válida com a participação e união de toda a categoria.

UM BOM FIM-DE-SEMANA

Desejamos a todos e a todas um bom fim-de-semana. Hoje a noite temos jantar dançante na Sede do Sindicato, não esqueçam. Voltamos a postar na segunda-feira. Abraços.

Leitura

Depois do Trabalho

Atravesso a cidade
Dentro do ônibus lotado
E os postes se sucedem
Como os rostos cansados

Mesmo o trocador é eternamente
Repetido
E esta nota velha
Que entrego dobrada
Entre o indicador e o dedo médio

No ponto final
Desço feito uma vírgula
Tentando dar pausa ao tédio.

(Poesia retirada de Antologia da Noite em Claro, de Bruno Ribeiro)

Dica de Filme - 12 Homens e uma Sentença

Filme dirigido por Sidney Lumet, rodado em 1957, preto-e-branco. Doze jurados devem decidir se um homem é culpado ou não de um assassinato, cuja pena é a morte. Onze têm plena certeza que ele é culpado, enquanto o outro tem dúvidas. Decidido a analisar novamente os fatos do caso, este jurado enfrenta as dificuldades de interpretação dos fatos para achar a inocência do réu, a má vontade e os rancores dos outros jurados.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Bomba atômica: por que só os EUA podem ter?

EUA, 5513 bombas; Irã, 0. E o Irã deve ser punido?


Os EUA revelaram hoje possuir mais de 5 113 ogivas nucleares ativas, capazes de destruir o planeta várias vezes. Isso sem falar nas milhares de armas nucleares que aguardam desmontagem. O Irã não tem nenhuma e é pressionado pelos EUA a interromper seu programa nuclear, que garante ser para fins pacíficos. Franz Kafka descreveria essa situação de maneira magnífica.

A ONU abriu hoje a conferência sobre o Tratado de Não Proliferação e o secretário-geral Ban Ki-Moon apelou pela eliminação completa do arsenal nuclear. O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, presente ao encontro, pediu um calendário específico para a eliminação de todas as armas nucleares no mundo e questionou a presença dos EUA no conselho de governadores da Agência Internacional de Energia por ter utilizado bombas atômicas contra o Japão.

A despeito da briga diplomática, o discurso iraniano faz sentido. Como o único país do mundo a ter utilizado uma bomba atômica contra populações civis, os EUA não têm autoridade para serem arrogantes neste tema. O mesmo se daria no combate às armas químicas, lembradas agora nos 35 anos do fim da guerra do Vietnã pelo uso intensivo de agente laranja, um desfolhante químico que dizimou áreas férteis, mutilou homens, mulheres e crianças e deixou uma seqüela de deformações genéticas nos vietnamitas.

A preocupação com o fim das armas nucleares é importantíssima, e qualquer país que ameace a segurança do mundo deve ser observado e até punido. Mas com um parâmetro único. Por que os EUA e outros países podem ter armas nucleares e outros não podem? Por que os países que têm armas nucleares não sofrem nenhum tipo de sanção? Por que países com conflitos graves internamente e/ou em suas fronteiras, como Israel e Paquistão, não despertam a mesma preocupação que o Irã? O próton é ideológico? O neutron islâmico é mau e o americano é bonzinho?

A conferência sobre o TNP vai durar um mês e é uma ótima oportunidade para um entendimento digno, de boa-vontade mútua. O discurso de supostas armas de destruição em massa já levou a guerras desnecessárias, provocadas unilateralmente pelo único país que as utilizou, e aumentou a insegurança no mundo.

Postagem retirada de:www.tijolaço.com

terça-feira, 4 de maio de 2010

ATENÇÃO - AÇÃO DE DIFERENÇA DE FÉRIAS

As pessoas que não são sócias da ASUFPel e que tem o seu nome divulgado na lista da ação de diferença de férias, devem procurar a ASUFPel para receberem o valor a que tem direito.

Os problemas da ficha limpa

Por Jorge Furtado

Um professor, candidato à prefeito de uma pequena cidade do interior, não tinha muito dinheiro para fazer campanha. Conseguiu o apoio de uma gráfica, um desconto para imprimir dois mil panfletos, em duas cores, que iam lhe custar mil reais. Este professor trabalhava há muito tempo com comunidades carentes, criou bibliotecas comunitárias, incentivando à leitura. E aí ele teve uma idéia: cortando seu panfleto, transformaria cada um em quatro marcadores de livros. Assim, pelo mesmo custo, teria quatro vezes mais material para divulgar sua candidatura e ainda lembrava aos eleitores do seu trabalho, talvez até incentivasse algum deles a ler, parecia uma ótima idéia. E assim fez, e assim foi eleito. Eleito e cassado, distribuir panfletos não é crime mas distribuir marcadores de livro sim, o marcador é considerado um brinde, é crime eleitoral.

Este absurdo, possível pela lei já em vigor no país, seria ainda pior se a chamada lei da “ficha limpa” fosse aprovada. O nosso prefeito, julgado e condenado, não poderia sequer ser candidato outra vez, mesmo que a maioria dos eleitores de sua cidade quisesse vê-lo na prefeitura, mesmo que fosse absolvido em última instância e, portanto, julgado inocente. Se aprovar o projeto da “ficha limpa” a sociedade brasileira estará sinalizando que o poder judiciário, não eleito, é mais confiável que os poderes executivo e legislativo, eleitos. Estará sinalizando que ela, a sociedade brasileira, é incompetente para governar a si mesma.

Se for aprovado, o tal projeto da “ficha limpa” tem muita chance de ser considerado inconstitucional, já que a constituição estabelece a presunção de inocência, ninguém é considerado culpado até o trânsito em julgado da sentença, com todas as possibilidades de recurso.

Tenho certeza que todos que assinaram o projeto de lei da “ficha limpa” têm ótimas intenções: melhorar o nível da política brasileira, impedir que contraventores se refugiem na imunidade parlamentar ou que picaretas assumam cargos públicos. Criar uma nova lei, mais uma, ou entregar ao poder judiciário – não eleito – a tarefa de determinar quem pode ou não representar a vontade do eleitor, não parece ser a melhor maneira de atingir estes objetivos.

Nossa democracia tem 21 anos e, na minha opinião, não para de melhorar. Nosso presidentes só melhoraram, o país melhorou muito, as maracutaias são divulgadas, a polícia prende pessoas de várias classes sociais, a imprensa trabalha com total liberdade, a internet garante a diversidade de opiniões. Numa democracia os segredos minguam. Por aqui sobram secretos os arquivos da ditadura, algumas provas apreendidas por operações policiais que vazam de conta-gotas conforme o interesse de quem as detém, onde anda o Picasso do INSS, o grampo sem áudio, de onde veio o dinheiro do dossiê, cadê o Picasso do INSS? Ouvi de um empresário, que preferiu não receber créditos pela ótima frase: “Numa democracia com liberdade de expressão somos condenados a ser éticos”. Enquanto os totalitarismos e as religiões lidam com a culpa, uma doença, a democracia opera com o “medo de ser apanhado”, uma atitude muito saudável.

Os que não tem gostado das escolhas que o povo brasileiro tem feito e acham que o país vai de mal (Lula) a pior (Dilma), apelam para a moral e os bons costumes, quando não à etiqueta. Vi com meus próprios olhos e ouvi com meus próprios ouvidos cientistas políticos criticando duramente o fato de um presidente democraticamente eleito, deposto por um golpe de estado e asilado político de uma embaixada brasileira, estar estendendo roupas no jardim e colocando os seus pés sobre a mesinha da sala! A nossa mesinha! E usando aquele chapéu! Ontem mesmo vi e ouvi jornalistas, cientistas políticos, deputados de diferentes partidos, rindo e fazendo piadas sobre o estado do Maranhão. A frase “ele e o Maranhão se merecem” foi festejada às gargalhadas.

A onda moralista e os preconceitos, incentivados pela mídia, não são um problema apenas brasileiro. Noam Chomsky, entrevistado por Chris Hedges no site Internet Truthdig, alerta para o desencanto com a política nos Estados Unidos, sentimento amplificado pela ultra-direita americana:

“Nunca vi nada parecido em toda a minha vida. O humor do país é assustador. O nível de ira, frustração e ódio às instituições não está organizado de maneira construtiva. É desviado para fantasias auto-destrutivas. É muito similar a Alemanha de Weimar, os paralelos são notáveis. Também ali havia uma desilusão tremenda com o sistema parlamentar. (…) Os Estados Unidos tem muita sorte que nenhuma figura carismática e honesta tenha surgido. Todas estas figuras carismáticas são trapaceiros tão evidentes que destroem a si mesmos, como McCarthy ou Nixon ou os pregadores evangelistas. Se surgir alguém carismático e honesto este país estará em sérios problemas, graças a frustração, a desilusão, a compreensível raiva e a ausência de respostas coerentes. O que as pessoas supostamente querem é alguém que lhes diga: ‘Eu tenho a resposta: nós temos um inimigo’. Na Alemanha, o inimigo criado para justificar a crise foram os judeus. Aqui serão os imigrantes ilegais e os negros. Nos dirão que os homens brancos são uma minoria perseguida. Nos dirão que temos que nos defender e defender a honra da nação. Se exaltará a força militar. As pessoas vão apanhar. Esta força pode tomar conta de tudo. E se acontecer serás mais perigoso do que foi na Alemanha. Os Estados Unidos detém o poder mundial. A Alemanha era poderosa, mas tinha inimigos mais poderosos.”

Republico aqui trecho de um texto que escrevi um dia desses:

No momento em que quase todos, mais do que nunca, repetem que “políticos são todos ladrões” e que “política é tudo a mesma coisa”, me permito dissentir. Nunca me arrependi dos meus votos. Tive sorte? Acho que não. Votei 8 vezes para presidente (considerando primeiros e segundos turnos), sempre no Lula. (Aliás, Lula também votou 8 vezes para presidente, sempre nele mesmo, suponho.) Já votei em Olivio Dutra , Tarso Genro e Raul Pont, para a prefeitura de Porto Alegre o para o governo gaúcho. Votei também nos senadores Pedro Simon e Paulo Paim, no deputado Henrique Fontana, no deputado Flavio Koutzi, na candidata (não-eleita) ao senado Vera Guasso e em vários candidatos a vereador, alguns eleitos outros não, candidatos do PT, PMDB ou do PSOL. Repito: nunca me arrependi dos meus votos. Há centenas de políticos honestos, desempenhando a tarefa indispensável de manter viva a democracia brasileira. Não digam que são todos iguais. E, se disserem, não acreditem. Basta saber escolher.

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E aqui vai um trecho do ótimo texto do Giba Assis Brasil (“Ficha limpa: sou contra!”):

“Em vez do apoio ao projeto, não proponho campanha nenhuma. Apenas um exercício: você lembra em quem votou pra Deputado Federal? Eu lembro. Votei no Eloar Guazzelli em 1978, no Hermes Zanetti em 1982, no Tarso Genro em 1986, no Clóvis Ilgenfritz em 1990, na Esther Grossi em 1994 e 1998, no Marcos Rolim em 2002, na Maria do Rosário em 2006. Empatei: quatro se elegeram, quatro não. Segui pela imprensa o mandato dos que foram pra Brasília, acompanhei mais ou menos de longe a vida pública de todos. Nem sempre concordei com o que cada um deles fez depois do meu voto, pra que partido foi, que cargo assumiu e em que circunstância, que posição tomou em tal crise ou em tal votação. Mas nenhum deles me deu qualquer motivo pra eu me arrepender de ter votado.”