sexta-feira, 25 de setembro de 2009

SUGESTÃO DE FILME: "MARLEY E EU"

Por Profa. Lanza Xavier - Curso de Cinema e Animação/UFPel

Depois de quase 20 dias imersa em um paraíso, voltei para o sul com as baterias carregadas e a cabeça descansada. Cheguei em POA e decidi ir ao cinema. Vários filmes despertaram meu interesse. Mas como uma boa “cachorreira”, decidi assistir “Marley e Eu”. E não me arrependi, apesar de ter saído da sala de rosto inchado.
Ao contrario do que se pode imaginar, a produção não é apenas mais um filme canino tipo “sessão da tarde”. É uma mescla de drama e comédia. O longa é uma adaptação do livro best seller autobiográfico do colunista John Grogan.Conta a história do jornalista interpretado por Owen Wilson que, recém casado, muda-se para a Califórnia com sua esposa Jane, também jornalista (Jennifer Aniston).Ela, com sua carreira consolidada, planeja a vida metodicamente, passo a passo. Depois de comprar uma casa e estar bem no emprego, a próxima etapa seria ter um filho. John se assusta com a idéia e presenteia sua esposa com um cachorro, no intuito de “treinar” Jane para criar os futuros herdeiros.
O nome Marley é uma homenagem Bob Marley. Um labrador relativamente comum, já que roer tudo que há pela frente é habitual desta raça. O diferencial deste para outras produções com cães é que ele não transcorre através do ponto de vista de Marley: vemos o cão através dos olhos de seus donos. Por isso Marley não é o centro da história,e sim mais um integrante da família Grogan.
Desde sua “adoção”, Marley participa de várias etapas de um jovem casal. Jane depois de ter seus filhos decide parar de trabalhar, mas a dúvida por tal decisão a incomoda ao extremo. John quer largar a coluna do jornal em que trabalha onde conta todas as estripulias vividas com seu cão. Entre elas, o hilário dia em que o casal leva Marley em uma aula de adestramento: um verdadeiro desastre!
A forma que o diretor David Frankel utilizou para as passagens de tempo possibilita que acompanhemos vários acontecimentos da vida da família. Ao longo do filme o casal revê uma pasta com as colunas de Grogan contando os episódios vividos com Marley.
As peraltices de Marley são ressaltadas com planos peculiares, zooms, que até podem parecer um pouco estranhos, mas conseguem atingir seu objetivo que é dar um veia cômica para os estragos feitos pelo labrador.
O sucesso de “Marley e Eu” se dá identificação do público com a vida deste jovem casal e seu cão. Os problemas encontrados ao longo da vida são tratados com naturalidade, como na crise de stress vivida por Jenny ao engravidar do terceiro filho. Tudo é descarregado em Grogan e em Marley.
Na primeira metade do filme, as lágrimas são das gargalhadas que o roteiro nos permite. Já na segunda parte a sensibilidade de Marley emociona. Quando Jenny perde seu bebê na primeira gravidez, bastou uma cena de 30 segundos para mostrar o envolvimento entre um cão e seu dono.
Assim como no livro, no filme Marley é definido como o “pior cão do Mundo”. Talvez pior por destruir tudo que está ao alcance de sua mandíbula. Mas seu companheirismo e fidelidade a família Grogan o torna o cão mais especial do mundo. Na cena final, esta cumplicidade é apresentada de maneira ímpar, com o jornalista tocando seu corpo pela última vez, enquanto Jenny relembra momentos especiais entre eles.
È impossível segurar as lágrimas. Há muito não via tantas pessoas diferentes sair com olhos vermelhos da sala de cinema. Quem tem, ou teve um amigo canino sabe como é! Marley, Edu, Bud, Ziggy. Muita vida e carinho a estas criaturas especiais que fazem parte de nossas vidas!!!

Curiosidades: para as filmagens de Marley e Eu foram necessários 22 cachorros para viver Marley, a maioria deles filhote. Os cães escolhidos eram treinados para parecerem destreinados, agindo assim como o personagem, que não segue nenhuma regra.

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