quarta-feira, 2 de junho de 2010

Crise traz de volta ao país 400 mil "expatriados"

Luciano Máximo, Gustavo Faleiros e Stela Campos, de São Paulo, Londres e Madri

Atingidos pela crise nos Estados Unidos e na Europa e atraídos pelo bom momento brasileiro, milhares de pessoas que haviam sido "expatriadas" pelas crises do Brasil estão de volta ao país. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, estima que retornaram nos últimos anos aproximadamente 400 mil, cerca de 13% dos 3 milhões que viviam e trabalhavam fora do país, .

Aloysio Gomide Filho, chefe da Divisão das Comunidades Brasileiras no Exterior do Itamaraty, diz que 60 mil trabalhadores brasileiros no Japão retornaram desde o início da crise mundial, cerca de 20 mil aproveitando a ajuda do governo japonês de US$ 3 mil a decasséguis desempregados que escolhessem deixar o país oriental.

A socióloga Sueli Siqueira, professora da Universidade do Vale do Rio Doce, lembra que a crise mundial afetou profundamente o mercado imobiliário, que absorve grande parte da mão de obra estrangeira nos países ricos. A recessão nesses países fez com que a taxa de desemprego médio subisse de 5,8% antes da crise para os atuais 8,4%, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI). Informações do governo americano dão conta de que 850 mil imigrantes irregulares deixaram o país entre 2008 e 2009.

Na Espanha, que vive o auge de sua crise atualmente, mais de 1 milhão de espanhóis estudam português em busca de alguma oportunidade de emprego no Brasil, segundo pesquisa do Centro de Investigaciones Sociológicas (CIS). A Casa do Brasil, instituição fundada pelo governo brasileiro nos anos 60, em Madri, como um colégio maior dedicado ao ensino da língua portuguesa e da cultura brasileira, registra um aumento em torno de 30% nas matrículas, desde outubro do ano passado.

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