A ASUFPel-Sindicato realizou Assembléia Geral no dia 09 de junho de 2011, para debater e avaliar a decisão da última Plenária da FASUBRA que deliberou pela greve dos servidores técnico administrativos das IFEs a partir do dia 06/06, bem como os documentos enviados pelo Governo a partir do dia 24 de maio de 2011.
A AG contou com a participação de 142 companheiros (as) e, após avaliação feita, deliberou por ampla maioria não aderir à greve, marcando nova AG para o próximo dia 16/06.
A avaliação que levou à decisão da categoria considerou o que segue:
- Que a greve deflagrada nesse momento e da forma como foi é irresponsável, pois não aconteceu a partir de uma reflexão profunda sobre os passos dados até o momento, mas a partir da ação de um determinado grupo político;
- Que a greve é um importante instrumento de luta, mas que deve ser usado com cautela, evitando o desgaste do movimento antes mesmo de obter qualquer avanço;
- Que essa é uma greve política, que usa as pautas do movimento com o objetivo de desgastar o governo, o que revela o total descompromisso do grupo político que puxou a greve, rifando a categoria em nome de seus interesses político-partidários;
- Que existe um panorama muito semelhante ao da greve de 2005, quando o mesmo grupo político, na ânsia por demonstrar sua posição anti-governista, desqualificou os interlocutores dos ministérios e botou a perder todos os avanços que tínhamos conquistado na mesa de negociação, levando a uma greve longa e infrutífera;
- Que não houve avaliação das condições de construção dessa greve nas universidades, que tem uma parte significativa da sua força de trabalho terceirizada, fragilizando o movimento diante da opinião pública, tendo um efeito inverso do que seria com uma greve forte;
- Que não houve uma avaliação dos avanços na mesa de negociação, pois:
· Exisitia um processo de negociação em curso, que pode ser verificado nos documentos enviados pelo governo;
· A participação do Ministro Fernando Haddad, acatada pela FASUBRA, mediando junto à Ministra Miriam Belchior, fortalecia o processo de negociação em curso;
· A participação do Secretário da SESU no processo de negociação, como representante legítimo do MEC foi um pedido da FASUBRA e isso pode ser verificado nos relatórios anteriores;
· Foi enviado um documento, no dia 01 de junho, assinado por secretários dos dois ministérios, o que respaldava a FASUBRA nesse processo de negociação e esse documento não foi considerado, de forma simplória, por não haver a assinatura dos ministros, como se os secretários em questão não tivessem legitimidade no processo negocial;
- Que a forma como esse indicativo de greve foi aprovado é extremamente questionável e deveria ser revista, pois com uma vantagem tão pequena, a diferença na contagem de votos (2 além do número de delegados presentes) revela que a falta de escrúpulos de quem vem manobrando a categoria chegou ao perigoso limite em que o vale-tudo domina o bom senso;
- Que apesar do esvaziamento da Plenária, a recontagem deveria ter sido feita, pois a categoria não pode ser penalizada pelo oportunismo desse grupo irresponsável e sem compromisso com a base da federação;
- Que a distorção da verdade continua acontecendo no Comando de Greve, pois constam registros da greve em número e situação que não correspondem à realidade.
A partir dessa avaliação, deliberamos por encaminhar nossas reflexões para publicação em IG, sem adesão de nossa base à greve e esperamos que essa greve seja repensada.
O documento enviado pelo Ministério do Planejamento cancelando a reunião de 07/06/2011 confirma o retrocesso que essa greve representa no processo, pois o ministério entendeu a deflagração da greve como rompimento unilateral das negociações. Dessa forma o Ofício nº 108/11-SEC-2011 do dia 03/06/2011 não faz o menor sentido, pois foi a FASUBRA que interrompeu as negociações.
Isso confirma nosso receio de que se repita o quadro da greve de 2005, resta agora saber se o grupo dos revolucionários anti-governistas vai conseguir retomar a consciência e pensar em alternativas para sair dessa greve fraudulenta e retomar o processo ou se pretende sangrar a categoria até o fim, em nome uma luta que não contempla as nossas pautas.
A conjuntura demanda uma ação firme por parte da direção do movimento nacional, pois uma greve instaurada a partir de uma fraude não pode ter credibilidade nem gerar unidade. Precisamos sim de ações que propiciem avanço nas conquistas da categoria, em defesa da FASUBRA, acima de qualquer força política que tente desgastar a federação, o movimento e seus instrumentos legítimos de luta.
A ASUFPel-Sindicato acredita que o movimento não se constrói a partir de manobras. Queremos a luta, mas de forma transparente, tendo o interesse da categoria acima de qualquer força política e de qualquer governo, pois representamos os técnico-administrativos de nossa universidade e é por eles que vamos lutar!
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